Resposta da campanha em defesa da vida da Prof.ª Mara ao Centro Paula Souza e à direção da escola

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No dia 02/10 recebemos, em resposta à moção em defesa da vida da professora Mara, uma mensagem da Ouvidoria do Centro Paula Souza que dizia ser a respeito da ”perseguição política e pedagógica”. Também se pronunciou a direção da Etec Dr. Emílio Hernandez Aguilar. 

Antes de abordar o conteúdo da resposta do Centro Paula Souza, é preciso destacar o desdém com que tratam a questão, amenizando as ameaças concretas à vida da professora por estudantes com influências neonazistas e insuflados pelo discurso de Bolsonaro e da Escola Sem Partido. Desta forma, o Centro Paula Souza e a direção da Etec estão, na prática, acobertando um crime e negligenciando a vida de uma educadora! 

A resposta do Centro Paula Souza consiste em cinco pontos. Vamos apresentar os pontos e nossa resposta. 

“1. mediante a pauta apresentada, o Centro Paula Souza lamenta o ocorrido e salienta que esta conduta não condiz com as prerrogativas dos valores institucionais, acerca da valorização e desenvolvimento humano a partir da Educação Profissional Pública;”

Também lamentamos o ocorrido, no entanto, apenas o lamento de nada serve para resolver a questão se não há medidas efetivas para coibir as ações deste grupo que planeja, há mais de um ano, o assassinato da professora. 

“2. o ambinte escolar, possui transversalidades econômicas, sociais e políticas. O momento contemporâneo, requer diálogo e discussão para construção coletiva de uma sociedade melhor. Portanto, a mesma liberdade de expressão que a cátedra possui como prerrogativa, o Usuário do Serviço Público (aluno), também dispõe para expressar-se socialmente e politicamente. Devendo prevalecer mutuamente o respeito entre ambas as partes;”     

É um absurdo que o Centro Paula Souza considere como liberdade de expressão que estudantes ameacem, agridam verbalmente, destilem ódio e planejem de diferentes formas o assassinato de uma educadora. Aqui, não se trata de liberdade de expressão, mas de um comportamento influenciado por uma ideologia de extermínio e de ataque físico à classe trabalhadora. O nazismo e o fascismo, ao qual membros do grupo fazem menção em diversos momentos, representam uma ideologia de ataques a militantes e organizações da classe trabalhadora. Quando chegaram ao poder, assassinaram milhões de jovens e trabalhadores a serviço de interesses da classe dominante. O grupelho formado, com a intenção clara de assassinar a professora Mara, tem orientação neonazista. Com grupos desse tipo, não se trata de liberdade de expressão, diálogo e respeito, mas da defesa da vida, das organizações e da classe trabalhadora. Reafirmamos, é inadmissível que o Centro Paula Souza defenda a liberdade de expressão para um grupo intitulado ”Morte à Mara”.

“3. as críticas dentro do ambiente acadêmico e profissional, desde que polidas e embasadas em indicadores de melhoria, devem ser construtivas e oportunas à reflexão. Pois o diálogo, deve ser condição humana de superação dos desafios e imprevisibilidades existentes;”

Os estudantes envolvidos em nenhum momento tiveram ‘críticas’ polidas e embasadas. Os prints que divulgamos provam que os mesmos não fazem críticas, mas se utilizam de seu desacordo com o método de ensino da professora para ofendê-la pessoalmente e para incitar o ódio nos demais estudantes, fortalecendo a ideia principal que levou à sua formação: o assassinato da professora. 

“4. o fato gerador do conflito, foi dirimido pela gestão escolar através de reunião com os pais/responsáveis, aplicação de orientação disciplinar aos discentes envolvidos, como também pelo registro de documento oficial em órgão Policial, noticiando a ocorrência, objetivando apuração dos fatos através de competência da polícia judiciária;”

Não há nada resolvido, a partir da direção escolar ou do Centro Paula Souza, com a aplicação de orientação disciplinar – advertência verbal e por escrito. A aplicação de advertência não implica na desarticulação do grupo ”Morte à Mara”. A medida disciplinar não desobriga a professora a conviver, em seu ambiente de trabalho, com pessoas que planejam assassiná-la. Não estão observando nem as condições de trabalho a que a mesma está submetida, nem mesmo as consequências psicológicas dessas condições de trabalho. Portanto, a resolução apresentada pela direção da escola e pelo Centro Paula Souza, na prática, não protege a vida da educadora. 

“5. não obstante aos fatos, não existem ocorrências atuais de desencadeamento do referido conflito (2018) na Unidade Escolar.

Diante do exposto, as variáveis citadas na manifestação compreendem a complexidade de uma gestão escolar, onde torna-se necessário o diálogo, objetivando a melhoria do processo de ensino aprendizagem e o aprimoramento dos processos administrativos.

A Ouvidoria do Centro Paula Souza agradece a interlocução para melhoria da Educação Profissional Pública do Estado de São Paulo.

Na oportunidade, apresentamos os protestos de nossa elevada consideração e apreço.

Atenciosamente,

 

Ouvidoria 

(11)3324-3430

ouvidoria@cps.sp.gov.br

A medida imediata necessária para esta situação complexa é a transferência compulsória dos estudantes que apoiaram o grupo ”Morte à Mara”, e isto o Centro Paula Souza e a direção da Etec se negam a realizar. 

A direção da escola, também publicou no dia 02/10 uma nota em sua página em rede social. Abaixo expomos a nota na íntegra (você pode acessar clicando aqui): 

“Em resposta à Moção de apoio publicada em uma rede social a respeito de suposta perseguição a uma docente de nossa unidade por alunos.

Informamos que nossa escola prima pelo respeito, o amor e a liberdade no cumprimento de nossa missão de levar uma educação de qualidade e, em momento algum toleraríamos qualquer ato de perseguição contra qualquer membro de nossa comunidade escolar. As referidas mensagens eram de um grupo privado de alunos que circulou ano passado e início deste ano, chegando a nosso conhecimento no final de julho e, tão logo soubemos do ocorrido, foram tomadas todas as medidas disciplinares cabíveis a uma unidade escolar, sempre baseado no diálogo e na ética. Foi conversado com a docente, com os alunos e com os seus respectivos responsáveis e resolvido o problema relatado por ela.

Desta forma, esta direção torna público o seu compromisso com a educação e o respeito e garantimos que a integridade física, moral e pedagógica de nossa docente em nenhum momento está em risco.

Direção da Etec Dr. Emilio Hernandez Aguilar”

Assim como na resposta do Centro Paula Souza, a direção da ETEC tenta convencer que o caso foi resolvido. Chegam a dar garantia de “que a integridade física, moral e pedagógica de nossa docente em nenhum momento está em risco”, como se advertências verbais ou escritas fossem suficientes para coibir uma ameaça de assassinato. A resposta do Centro Paula Souza e da Direção da Etec de Franco da Rocha demonstram um descaso completo à vida da professora Mara, negligenciam a existência de um grupo com orientação neonazista na sua comunidade, que planeja assassinar uma educadora, ignorando as mínimas demandas para a proteção da vida da mesma. Após enviar sua resposta, o Centro Paula Souza, bloqueou o e-mail  faleconosco@cps.sp.gov.br para o assunto em questão, demonstrando que, para eles, o caso está encerrado. Conseguimos outros e-mails do Centro Paula Souza para continuar realizando a pressão. 

Diante dessa situação, nossa campanha de moções deve continuar! Ainda com mais força! Continuamos pedindo sua solidariedade de classe para pressionar por medidas efetivas de defesa da vida da Profª Mara. Essas medidas são: 

  • Transferência compulsória imediata dos envolvidos!
  • Apuração de todos os envolvidos!
  • Em defesa da vida da Prof.ª Mara!

Se você conhece sindicatos, deputados, partidos, envie um pedido para que eles se somem na campanha em defesa da vida da Prof.ª Mara! Se quiser se organizar nessa campanha, além de enviar sua moção, entre em contato com a gente: (11) 982633089 e vamos juntos pressionar a direção e o Centro Paula Souza até que eles atendam as demandas para a defesa da vida da Prof.ª Mara!

Veja abaixo como enviar sua moção! E para ler mais sobre o que nos levou a iniciar essa campanha clica aqui!

:::::::::::::: Participe da campanha de moções, enviando o texto abaixo para os e-mails indicados ::::::::::::: 

Em defesa da vida da Prof.ª Mara!

Abaixo a perseguição política, pedagógica e atendo contra a vida!

Mara Cristina Gonçalves da Silva, professora de história da ETEC de Franco da Rocha-SP, tomou conhecimento que um grupo de estudantes da escola onde leciona, com orientação neonazista, planeja desde 2018, através de um grupo em rede social, atentar contra sua vida. O grupo demonstra claro apoio às ideias do movimento Escola Sem Partido, aclamado pelo governo Bolsonaro, apesar de o projeto proposto pelo movimento ter sido derrotado, as ideias de amordaçar professores e alunos em sala de aula; de proibir a livre organização; de estimular o ódio e a perseguição política pedagógica continua sendo estimulada pelo governo.

A prof.ª Mara solicitou à direção da escola que tomasse providência em relação à transferência compulsória dos estudantes envolvidos e a apuração dos demais envolvidos.

A solicitação foi negada, portanto, na prática, a direção da escola compactua com as ameaças de atentado contra a vida da professora.

Exigimos providências imediatas para proteger a integridade física, moral e pedagógica da prof.ª Mara. É inadmissível que a vida de um educador seja ameaçada!

  •  Transferência compulsória imediata dos envolvidos!
  •  Apuração do envolvimento dos outros!
  •  Em defesa da vida da Prof.ª Mara!

Pedimos sua solidariedade de classe para exigir as garantias demandadas pela professora para proteção de sua vida e de condições de trabalho!

Sugerimos que o assunto do e-mail seja “Em defesa da vida da prof.ª Mara.” No corpo do meio, anexe o texto que acabou de ler (nossa sugestão) e envie para os e-mails: souliberdadeeluta@gmail.com; e142dir@cps.sp.gov.br; gds@cps.sp.gov.br; uniproc@cps.sp.gov.br

O primeiro e-mail é da Liberdade e Luta, organizadora da campanha. O segundo é da direção da escola ETEC Dr. Emílio Hernandez Aguilar e os dois últimos são do Centro Paula Souza, responsável pela administração das ETECs. 

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