O corte no repasse de alimentos aos estudantes da Moradia Estudantil da UFSC
FOTO: Lucero Mendez
Na manhã do dia 13 de novembro de 2020, cerca de 30 estudantes se reuniram na frente do prédio da Reitoria 2 da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para protestarem contra o corte de repasses de alimentos aos estudantes residentes na Moradia Estudantil. A Moradia Estudantil fornece moradia a cerca de 170 estudantes com vulnerabilidade econômica.
O primeiro repasse foi feito em março, e contou com 868 quilos de alimentos provenientes do estoque do Restaurante Universitário (RU), que fechou suas portas no mesmo mês devido à pandemia do novo coronavírus.
O Restaurante Universitário da UFSC e a pandemia da COVID-19
O Restaurante Universitário (RU) da UFSC, até março deste ano, no Campus Trindade/Florianópolis (maior campus da universidade), fornecia diariamente cerca de 8.000 mil refeições (almoço e jantar) aos estudantes e à comunidade acadêmica em geral. Com a pandemia da COVID-19, o RU fechou suas portas na metade de março.
Como forma de minimizar os impactos do fechamento do RU no cotidiano dos estudantes, a universidade criou o Programa Emergencial de Apoio ao Estudante, que destina aos estudantes beneficiados pelo Programa de Isenção do Pagamento das refeições do Restaurante Universitário o valor mensal de 200 reais. Já no primeiro edital, lançado em março, foram 3.261 estudantes inscritos no programa emergencial.
Também foi criada, pela iniciativa dos estudantes, a Frente Estudantil de Segurança Alimentícia (Fesa), que conta a participação de Centros Acadêmicos e outras entidades universitárias como a Associação de Pós-Graduandos, o Sindicato dos Trabalhadores e a Teia de Articulação pelo Fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional. A Frente articula doações em dinheiro e de cestas básicas para serem destinadas a estudantes em situação de vulnerabilidade financeira. O suporte financeiro para iniciativa advém do caixa das entidades, mas a principal fonte de recursos da Fesa são as doações de pessoas físicas e sindicatos.
FOTO: Lucero Mendez
A crise econômica e a situação das universidades federais
A situação da UFSC está atrelada à crise econômica pela qual o país passa e as consequentes medidas de austeridade impostas pelos diferentes governos que repercutiram em cortes nos investimentos nos serviços públicos. As universidades federais sofreram sucessivos cortes desde 2015, chegando a um estado de calamidade, em que várias universidades apresentaram a perspectiva de fechamento, no ano de 2019, pela falta de recursos. É nesse contexto que ocorreu a greve estudantil na UFSC, no segundo semestre de 2019 (https://www.marxismo.org.br/balanco-da-greve-na-ufsc-o-bloqueio-da-une-e-a-necessidade-de-uma-greve-nacional-da-educacao/)
Em meio a uma pandemia, onde os números oficiais contabilizam quase 6 milhões de infectados e mais de 160 mil mortos, o governo Bolsonaro encaminha ao Congresso Nacional a proposta de orçamento da união para 2021 com cortes na educação, saúde e outros serviços públicos. Em relação a 2020, a Educação teve um corte de 8,61%, a Saúde com menos 12,13% e Ciência, Tecnologia e Inovação uma retirada de 27,71%. Mas as verbas inúteis para as Forças Armadas foram elevadas em 16,16%. Enquanto isso, para o pagamento da Dívida Pública aos banqueiros e especuladores, o governo reserva R$2,2 trilhões!
Reafirmamos que a luta pela assistência estudantil deve estar na pauta do dia do movimento estudantil, bem como a luta contra os cortes na educação e por uma educação pública, gratuita e para todos, em todos os níveis. Convidamos todos a contribuírem com o abaixo-assinado impulsionado pela Liberdade e Luta, “O Governo Bolsonaro quer aprovar um Orçamento de guerra contra o povo! Devolvam as verbas da Saúde, Educação e Ciência! Não ao retorno das aulas presenciais sem vacina!”.
Link abaixo-assinado “O Governo Bolsonaro quer aprovar um Orçamento de guerra contra o povo! Devolvam as verbas da Saúde, Educação e Ciência! Não ao retorno das aulas presenciais sem vacina!”: http://chng.it/kNgtHvGbVr