Univille contra a Ciência: aulas presenciais só com vacina!
A Universidade produz investigações e pesquisas científicas que servem para impulsionar a sociedade a melhores condições de vida. Mesmo com todos os ataques contra a ciência nos últimos anos, realizados pelo Estado mediante profundos cortes nos orçamentos destinados às Universidades, a pandemia de Covid-19 explicitou a importância das explorações e resultados alcançados pelos trabalhadores da ciência, não somente na Saúde, mas em todas as áreas. Assim, o papel da Universidade é produzir estes avanços e, acima de tudo, defender a Ciência contra toda espécie de obscurantismo, tanto místico, quanto político.
Contudo, sabemos que seria ingenuidade acreditar que os governos que indicam as direções universitárias e científicas primam, em absoluto, por esse papel. De modo geral, os que possuem o poder de administrá-las respondem, direta ou indiretamente, às necessidades e dinâmicas da produção capitalista e seu Estado. Isso porque o capital não cria a ciência, mas a explora se apropriando dela. Na prática, podemos ver isso da atuação do Ministério da Educação, principalmente sob o governo Bolsonaro, até a reitoria da universidade, pois colocam acima da ciência, os interesses da classe dominante.
Uma expressão legal disto é a Portaria MEC de n° 1.038, de 7 de dezembro de 2020, que substitui a Portaria MEC nº 544, de 16 de junho de 2020, que dispunha sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meio digitais, enquanto durar a situação de pandemia do novo coronavírus (Diário Oficial da União, 2020). Na nova Portaria, o MEC decreta que as aulas presenciais devem retornar a partir de 1° de março e que os recursos digitais poderão ser utilizados apenas em caráter excepcional, integrando a carga horária. Estas mudanças legais se dão por imposição do Governo Federal e são adotadas acriticamente pela Univille, mesmo com as dezenas de exemplos, por todo o país, que deixam claro que não existe qualquer protocolo de biossegurança realmente eficaz e que o Brasil está na contramão do mundo. Assim, o corpo administrativo da Univille desrespeita a essência da existência da universidade e a reitoria da Univille mente ao dizer que não colocará ninguém em risco, pois aceita de maneira inconteste e irracional o fantasma da Portaria do MEC, assim como as demais determinações dos governos Federal, estadual e municipal.
Em conjunto, são cúmplices da tragédia anunciada que será o retorno às aulas presenciais, os sindicatos dos trabalhadores em educação, em especial o Sinpronorte, e as entidades estudantis, que no caso de nossa universidade, atende por DCE Pode Mais, porta-voz oficial da reitoria. Nisto consiste a importância deste manifesto, pois não há representação real dos estudantes, professores e trabalhadores em geral na Univille que se manifestam contra tamanho negacionismo e naturalização de uma situação calamitosa como a atual, onde Joinville segue como região gravíssima de contaminação de Covid-19. Tragicamente os que ontem condenavam Bolsonaro, hoje se submetem silenciosamente ao “protocolo seguro”.
O esgotamento da virtualização das aulas é real, porém, nossas vidas são a prioridade. Docentes e discentes devem começar o ano letivo nas plataformas digitais para preservá-las. Não somos experimentos para que governos e reitoria testem seus protocolos.
Volta às aulas presenciais só com vacina para todos!
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