O desemprego não será resolvido nas eleições! Pelo Direito ao emprego e aliança operário-estudantil! Relato crítico do terceiro dia do CONUNE
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No terceiro dia do congresso extraordinário da UNE realizou-se a Conferência VI, com o tema “Emprego, renda, serviço público e precarização das relações de trabalho no Brasil”. A conferência discutiu a situação do emprego no Brasil, assim como as reformas trabalhistas e sindicais.
Os convidados da mesa foram Delaíde Miranda Arantes (ministra do Tribunal Superior do Trabalho – TST), Adilson Araújo (Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB), Léo Pinho (presidente da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários – UniSol) e Deyvid Barcelar (presidente da Federação Única dos Petroleiros – FUP). Todos os participantes, em suas falas, abordaram aspectos do desemprego, emprego informal, reforma sindical e reforma trabalhista no Brasil, além de também deixar claro o seu apoio à eleição de Lula em 2022 através da palavra de ordem Fora Bolsonaro.
A primeira parte da mesa trouxe informações sobre a situação atual do desemprego e emprego informal no Brasil, trazendo os números como um resultado da “combinação do neoliberalismo e do governo com políticas protofascistas que possuem efeito concreto sobre a classe trabalhadora”. Para os membros da mesa, o grande desafio que precisa ser enfrentado agora é a derrota do governo atual para que no seu lugar venha um governo que aplique políticas públicas que cumpram o artigo terceiro da constituição.
Com isso, eles ressignificam a palavra de ordem “Fora Bolsonaro” para ela caber nas suas reais intenções: respeitar o mandato de Bolsonaro (apesar de chamá-lo genocida e chamar seu governo de protofascista) e aguardar as próximas eleições para se eleger alguém que vá aplicar as reformas que defendem. Ao longo da discussão, se torna claro que para eles, esse alguém é Lula, defendido como a única solução possível para que os brasileiros “voltem a ser felizes”. Qualquer chance de existir uma solução fora do sistema é ignorada, assim como o significado revolucionário da palavra de ordem “Fora Bolsonaro”.
A Liberdade e Luta sabe que o grande desafio, na verdade, é a derrubada do governo Bolsonaro e do sistema capitalista também. Não acreditamos em soluções que busquem reparar o sistema por dentro, pois sabemos que a natureza do sistema é a exploração da classe trabalhadora. Entendemos que qualquer governo que assuma a direção no sistema capitalista não conseguirá oferecer à classe trabalhadora e à juventude mais do que migalhas, que ainda assim mais cedo ou mais tarde serão tomadas à força.
O problema do desemprego e da situação precária dos trabalhadores informais vai muito além do governo atual. A crise que estamos vivendo, que se iniciou em 2008 e que não foi resolvida e se agravou com a pandemia da Covid-19, vem gerando desemprego e por consequência rebaixando salários, jogando assim grande parte da população na miséria. A juventude faz parte dessa parcela da população que é atingida, e chegou a uma taxa de desocupação de quase 20% no ano de 2019. Além da taxa de desocupação, também existem os jovens empregados em situações de informalidade e instabilidade de emprego.
O capitalismo necessita deixar sempre uma parcela de pessoas desempregadas com o objetivo de rebaixar os salários do conjunto da classe trabalhadora. Essa é uma poderosa forma de acumulação do sistema capitalista. Em épocas de crise, é por meio do desemprego que o capitalismo explorar ainda mais aqueles que estão empregados, sempre com a ameaça da demissão, fazendo com que os trabalhadores se submetam às piores condições de trabalho. É daí que decorre o fato de que milhares estudantes que se formam e tem que se submeter a trabalhos com remuneração cada vez mais baixa.
A crise que vivemos, que leva muitos estudantes a situação de desemprego, inadimplência e miséria, não será resolvida com eleições burguesas. Essa é uma crise que foi criada pelo capitalismo, portanto não pode ser resolvida pelo mesmo, a única maneira de “resolver” é fazendo os trabalhadores pagarem pela crise. Sabendo disso, entendemos que a verdadeira solução é a união entre trabalhadores e estudantes em defesa da escala móvel de salários e horas de trabalho, a união dos desempregados e empregados pelo direito ao trabalho, que é o único direito sério que um trabalhador tem nas condições de ampliação da miséria e insegurança econômica que vivemos.
A Liberdade e Luta entende que somente em uma sociedade socialista, onde possamos planificar a economia sob o controle dos trabalhadores é que o desemprego, inflação, crises vão de fato desaparecer. Por isso, defendemos como bandeira imediata a luta para pôr abaixo Bolsonaro e todo seu governo, na defesa de um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais! Junte-se a nós nessa luta!
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*Jéssica Stolfi é estudante de Letras na UNIVILLE