As chamas da revolução aquecem o acampamento
Na segunda mesa de debate da sexta-feira (27/1) os militantes da Liberdade e Luta, Lucy Dias e Evandro Colzani, trouxeram para o debate os ataques que enfrentamos em 2017 no Brasil.
Depois de demonstrar, por meio da história do movimento operário, que a previdência e os direitos trabalhistas foram conquistados graças ao combate da classe trabalhadora organizada, Lucy, que estuda Ciências Econômicas na PUC-SP, explicou que ao contrário do que a mídia burguesa tenta nos fazer crer, a previdência não é deficitária, nem o será com o envelhecimento da população.
O que acontece é que Temer e o Congresso, como precisam servir à burguesia nacional e internacional, empurram sobre nós as reformas previdenciárias e trabalhistas afim de garantir o pagamento da dívida aos banqueiros e reduzir o custo unitário do trabalho.
A Reforma do Ensino é outra medida que ataca diretamente a juventude. Ao remontar a origem da escola pública, Evandro demonstrou que essa também é uma conquista histórica dos trabalhadores. Através dela, a burguesia pretende privatizar a educação e desvalorizar a mão de obra. Nessa época de crise e convulsão social surge a Lei da Mordaça e demais tentativas de cercear as liberdades democráticas.
Logo após a exposição da mesa, a qualidade do debate continuou. Dezenas de jovens que participaram ativamente das lutas, nas ocupações, atos e greves que seguem acontecendo país afora, falaram de suas experiências e de seus planos de combate.
Lucas Lima, de Recife (PE), narrou uma conversa com um policial durante a ocupação de sua escola. Ao ser incitado a parar com a luta e “estudar”, pois os estudantes das escolas particulares “estão a todo vapor”, respondeu: “é pra defender a escola que o senhor estudou e o seu filho irá estudar que estamos aqui”. Essa Reforma vem para ampliar o fosso entre o ensino dos ricos e dos pobres, como bem lembrou Mayara, de Joinville (SC). Além de que, assim como a PEC 55, essas medidas visam cortar gastos com os serviços públicos.
A mesa seguinte, composta por Evelyn Gonçales e Felipe Araújo, discutiu a origem das opressões na sociedade de classes. Machismo, racismo e homofobia são parte da ideologia da classe dominante para dividir e subjulgar ainda mais os trabalhadores.
Renata, militante de Bauru (SP), frisou a importância da discussão desses temas tão sentidos e combatidos pela juventude. Lembrou que no início de sua militância tinha uma visão pós-moderna, que aprendera em grupos de Facebook, mas que o estudo da teoria marxista a convenceu de que é intrínseca a relação do combate às opressões ao combate pelo socialismo.
Imbuídos da disposição revolucionária que o dia de debates nos proporcionou, fechamos a noite na praia, nos encontrando com o fogo artístico dos militantes Pablo (Santos – SP) e Danielle (Curitiba – PR). Ao som de Francisco, el hombre, Pablo queimou a figura de Temer. Danielle nos falou de gaiolas e de pássaros que querem ser livres.
Dançamos e cantamos ao lado da fogueira, felizes com a certeza de que outro mundo é possível e necessário.
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