Solidariedade aos estudantes e trabalhadores de Bangladesh: abaixo o regime criminoso de Hasina!

A força da juventude trabalhadora e estudantil, fundamental para as transformações sociais, dá mais um exemplo ao mundo e coloca em xeque o assassino regime da primeira-ministra Hasina Wajed, em Bangladesh. O movimento de massas começou com manifestações pacíficas nos campi universitários contra um sistema de cotas imposto pelo governo, em que um terço das vagas dos serviços públicos é destinada para parentes de veteranos da guerra de independência do país contra o Paquistão em 1971. Rapidamente as manifestações dos estudantes universitários tomaram as ruas e conquistaram as massas. O regime assassino da Hasina matou mais de 200 jovens e prendeu milhares desde então. 

Esse movimento expressa o período convulsivo em que vivemos, em que os oprimidos não aceitam mais a dominação a que estavam submetidos e, diante de toda a opressão e exploração, decidem reagir aos ataques e tomar seus destinos em suas mãos. O movimento agora não é mais apenas sobre o regime de cotas, mas sobre derrubar o regime!

Nós, jovens da Internacional Comunista Revolucionária (ICR), no Brasil militantes da Juventude Comunista Internacionalista (JCI), fração jovem da Organização Comunista Internacionalista (OCI), estamos em mais de 40 países em total solidariedade e combate à causa dos jovens e trabalhadores em Bangladesh. À todos que reivindicam a revolução e o comunismo é central o internacionalismo proletário em defesa dos interesses de nossa classe em todo o mundo. 

“É dever internacionalista de estudantes e trabalhadores de todos os lugares lançar luz sobre os crimes do regime de Hasina e romper a conspiração de silêncio cúmplice da mídia internacional”

Disponível em: https://marxismo.org.br/abaixo-o-regime-assassino-de-hasina-vitoria-para-os-estudantes-de-bangladesh-declaracao-da-icr/

Em oposição a essa posição, temos o completo silêncio das direções das entidades estudantis brasileiras. Nenhuma palavra da UBES, UNE ou da ANPG. No 70° CONEG (Conselho Nacional das Entidades Gerais) da UNE, realizado nos últimos dias 29 e 30 de julho de 2024, em São Paulo, instância que reúne as direções do movimento estudantil de diferentes universidades brasileiras, nada foi discutido e nenhuma linha foi emitida em solidariedade a luta da juventude em Bangladesh. A UNE, dirigida majoritariamente pela União da Juventude Socialista (UJS), restringe sua capacidade organizativa e política às eleições burguesas brasileiras de outubro desse ano e à defesa da democracia liberal, canalizando a luta de classes e a disposição de luta da juventude para o campo distorcido das eleições. Isso num contexto em que o governo Lula-Alckmin anunciou, no fim de julho, um corte de R$1,2 bilhões da Educação e de R$4,419 bilhões da Saúde. 

Em Bangladesh, a juventude trabalhadora foi às ruas e às lutas, enfrentando as balas, as mais de 2 mil prisões e torturas do governo da Sheikh Hasina. Em resposta, ao lado da repressão e assassinato brutal da estudantes, a primeira-ministra também colocou o país, por um período, num apagão elétrico e de comunicações, mas, mesmo assim, não foi capaz de conter as massas revoltosas.

Um exemplo a seguir seguido na luta prática de solidariedade vem dos estudantes e trabalhadores britânicos, organizando manifestações em solidariedade.

Devemos conectar as reivindicações, os métodos e ações estudantis com toda a classe trabalhadora. Esse é o caminho, em Bangladesh e no mundo, para colocarmos fim ao regime de miséria imposto pelo capital e seus agentes no Estado. 

Aqui do Brasil, é nossa tarefa prática de solidariedade discutir e repercutir a situação em Bangladesh em nossos grupos de base e exigir um posicionamento das entidades estudantis, das escolas e universidades, e das direções sindicais, nos locais de trabalho, onde estamos. Romper o silêncio das direções dessas entidades, apresentando moções de solidariedade. 

Além das tarefas práticas de solidariedade, temos que convencer mais e mais estudantes, jovens e trabalhadores, a partir do estudo e do aprendizado das lições do movimento internacional, que a melhor maneira de enfrentar a opressão e exploração capitalista, no Brasil e em Bangladesh, é nos organizando e defendendo um programa comunista para abrir caminho ao futuro da humanidade. Por isso,  construímos a seção brasileira da ICR e te convidamos a se somar às nossas fileiras. 

Não somos políticos, somos revolucionários! Não defendemos um programa eleitoral “mais justo e representativo”, mas um mundo novo, um mundo comunista, onde a economia seja democraticamente planejada e controlada pelos trabalhadores, para satisfazer as necessidades de todos em harmonia com a natureza. 

Facebook Comments Box