Banco Mundial quer garantir dinheiro do sistema financeiro

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privuniO Banco Mundial lançou estudo em novembro criticando os gastos do governo brasileiro com a previdência, salários de servidores e educação pública. De acordo com a matéria do portal G1, o texto afirma ser um absurdo, por exemplo, gastar 0,7% do PIB em educação e 4% com previdência. Não poderíamos esperar outra coisa de uma instituição imperialista, mas, mesmo não nos surpreendendo, é interessante analisar essas informações. O parâmetro utilizado para calcular o “excesso de gastos” é o PIB, mas quem determina as verbas no governo é o orçamento da União. Qual o motivo em não utilizarem o orçamento?

O produto interno bruto de um país não é o orçamento, mas bens de consumos e riquezas produzidas, os ganhos da nação. Logo, o cálculo do banco mundial não é feito com a arrecadação de impostos do governo, mas com o dinheiro ganho, privado ou público. Pensando dessa maneira, é um absurdo gastar com universidades federais, quando a grande parte dos seus estudantes poderia pagar mensalidades em uma instituição privada. Estes senhores administradores não estão pensando em como “gerenciar os gastos” de nosso país, mas de qual forma possam garantir o pleno funcionamento do sistema, sem pensar nas pessoas.

Para eles, os cortes acabam com “privilégios”, não com direitos. Dessa forma, quando criticam os altos salários dos servidores federais não estão atacando apenas juízes e políticos, mas principalmente professores e trabalhadores qualificados, aos quais a luta garantiu conquistas e melhores condições de vida. O estudo do banco mundial tem por objetivo manter os lucros do sistema financeiro. Não há maneira de garantir a educação pública e pagar os juros e encargos da dívida pública.

Em 2016, para termos ideia, a dívida pública consumiu 42,43% do orçamento da União, enquanto saúde, educação e previdência juntos foram 30,74%. Utilizar esses dados para indicar os cortes não seria muito inteligente para o Banco Mundial, pois apontaria o verdadeiro problema do orçamento do país: o sistema financeiro. Caso tenhamos que fazer algum corte para garantir nossos direitos, os quais os banqueiros acusam ser privilégios, que seja dos bancos, não dos trabalhadores.

Esse é um dos motivos pelos quais nós não defendemos uma porcentagem do PIB para saúde, educação ou cultura. Na educação, por exemplo, alguns movimentos defendem 10% do PIB. Precisamos entender que 10% de 100 não é o mesmo de mil. O PIB varia e o governo pode investir mais ou menos de acordo com o crescimento econômico, sem nunca tocar nos lucros ou nos juros da dívida.

Nossa defesa deve ser de ruptura com a dívida pública e do investimento de todo o dinheiro necessário para educação, saúde, previdência e cultura!

 

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