Lutar pela liberdade e pela revolução
Iniciamos este ano nos referenciando na luta de milhares de jovens e trabalhadores que tentaram mudar o mundo em 1968. Os ventos revolucionários que sopraram na França, no México, no Vietnã, nos Estados Unidos, no Brasil e em tantos outros países nos deixaram valiosas lições que permanecem mais atuais do que nunca na luta por uma sociedade socialista.
Quando as primeiras explosões sociais ocorreram, as classes dominantes ainda achavam que eram fatos isolados e que poderiam manter a situação sob controle. Entretanto, logo perceberam que o que se espalhou como um rastilho de pólvora ao redor do planeta era o prenúncio de uma nova época de guerras e revoluções.
Hoje, 50 anos após essas históricas mobilizações, o mundo apresenta novos sinais de que está grávido de uma revolução. Cerca de 85% da riqueza do mundo se concentra na mão do 1% dos mais ricos, enquanto mais de 3,7 bilhões de pessoas não possuem nada, vivem em situação de miséria extrema.
O decadente capitalismo não pode oferecer nenhum futuro digno para a humanidade, apenas guerras, exploração e sofrimento. Crescem os casos de suicídios em todo o mundo, o que segundo a própria OMS é a segunda causa de morte entre a juventude. O aumento do consumo e dependência de drogas é outro sintoma da falta de esperança proporcionada por este sistema.
No Brasil, soma-se ao aumento do desemprego, que já chega na casa dos 12%, o aumento dos trabalhos informais e a precarização das condições de trabalho e sobrevivência, responsáveis por um rebaixamento da renda dos trabalhadores. Tanto a burguesia nacional, quanto a internacional, pressionam cada vez mais para que se aprove a Reforma da Previdência que vai prejudicar ainda mais as regras de tempo para se aposentar e os benefícios a que se tem direito por meio da previdência dos que trabalharam a vida inteira e vai negar qualquer possibilidade de um futuro digno para os mais jovens que começam a trabalhar agora.
Nesse conjunto de ataques realizados pela classe dominante para salvar seus lucros diante da crise capitalista também há os que atingem diretamente os estudantes. As escolas e universidades públicas estão sendo sucateadas, Universidades Federais ameaçam fechar suas portas por falta de verbas para pagar suas contas, a Reforma do Ensino Médio tem como consequência a destruição da educação pública e gratuita no Brasil, abrindo as portas para o avanço da privatização do ensino médio e para uma nova contrarreforma do ensino superior.
Resistência e disposição de luta
Mas os povos resistem aos ataques e lutam contra as instituições apodrecidas do regime capitalista. Em 2017 vimos os trabalhadores e a juventude apoiando candidatos de esquerda e dispostos a combater os pacotes de austeridades na França e Grã-Bretanha. Também assistimos as massas catalãs na luta pela independência que se expressava como uma luta para se livrar da opressão do capitalismo espanhol. Nos Estados Unidos, os jovens entre 18 e 24 anos, entrevistados por órgãos de pesquisas de opinião, responderam que o socialismo é um sistema econômico melhor que o capitalismo. Logo no início de 2018, manifestações econômicas começaram a se contrapor ao reacionário regime islâmico no Irã. Na Tunísia, onde começou a Primavera Árabe, as primeiras semanas de janeiro mostram a juventude mais uma vez saindo às ruas para combater a austeridade imposta pelo FMI e o aumento de desemprego no país.
É o que também vimos em junho de 2013 no Brasil, as grandes manifestações populares que abriram uma nova situação política. Suas consequências políticas continuam se desenvolvendo.
Em 2017, explodiu a maior greve geral da história do país, além do “carnaval Fora Temer” e de um oito de março combativo, vimos mais de 100 mil manifestantes indo até Brasília para tentar barrar as reformas da previdência e trabalhista de Michel Temer. Os movimentos de combate reformas, no entanto, foram bloqueados pelas direções sindicais burocratizadas, e não deram consequência à indignação e insatisfação que se desenvolve entre as massas trabalhadoras e jovens.
Vivemos num período de grande instabilidade. As condições para uma situação revolucionária estão amadurecendo diante desta nova crise capitalista. A única saída para os trabalhadores e a juventude é a derrubada deste regime econômico e social decadente, um sistema moribundo. A Liberdade e Luta atua para educar a nova geração de revolucionários na teoria e nos métodos necessários para que a classe trabalhadora assuma o poder da sociedade e realize as tarefas democráticas e socialistas tão candentes para resolver a crise econômica e social existente. Nossa luta para alcançar esse objetivo se dará em cada escola, universidade, bairro e fábrica, explicando a necessidade de conectar cada luta cotidiana com a construção de uma nova sociedade livre da opressão e exploração capitalista.
Tudo o que discutimos e aprendemos no Acampamento Revolucionário 2018 será utilizado para impulsionar a construção da Liberdade e Luta como uma organização de jovens aliada à luta da classe trabalhadora. Lutaremos para derrubar este governo odiado de Michel Temer, junto com o Congresso Nacional de vigaristas que sustenta seus ataques. Estamos no combate pela derrubada da Reforma Trabalhista e da Previdência, contra a Reforma do Ensino Médio, a Lei da Mordaça, e todos os cortes na educação. A Liberdade e Luta intervém no movimento estudantil defendendo sindicatos de estudantes livres, independentes e democráticos, que estejam a serviço da luta por Educação Pública, Gratuita e Para Todos em todos os níveis. Queremos cultura, arte e diversão, uma sociedade justa e igualitária.
Lutamos pela liberdade, uma sociedade livre de classes e exploração. Lutamos pela revolução socialista, único caminho para conquistarmos a liberdade!
Florianópolis, 28 de janeiro de 2018.