Reforma do Ensino Médio e mais cortes na educação: a luta continua!
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o atual secretário estadual da educação de São Paulo, João Cury Neto (foto), quer distribuir dinheiro por meio de “voucher” para serem utilizados com transporte e merenda dos estudantes das escolas públicas em SP. A proposta é dar cerca de R$200 a R$300 para que os responsáveis gastem com o transporte e merenda dos estudantes.
Como se não bastasse, ele prepara repassar dinheiro aos grêmios estudantis para que estes façam pequenas reformas no ambiente escolar e apoia a Reforma do Ensino Médio dizendo que “todos que precisamos fazer diferente” e que a escola pública “já não faz mais sentido para os jovens, os professores, as famílias”.
O secretário declarou com todas as letras que “O Estado não precisa ser enorme, que tutela tudo e todos”. É o Estado burguês tirando a responsabilidade de investir em transporte, alimentação e demais necessidades básicas para a vida escolar. Propostas como estas mostram o desejo dos governos de reduzir ou mesmo acabar com o investimento para a educação, colocando a tutela nas mãos das Os´s (organizações sociais) e iniciativa privada, das quais estão apenas ligando para os próprios interesses sem de fato investir na população. Foi esse o caminho trilhado pelo governo de Eduardo Paes no Rio de Janeiro e que instaurou o caos e sucateamento da saúde e da educação pública.
Não está muito longe da Reforma do Ensino Médio, onde o governo federal procura destruir o ensino público e gratuito no Brasil, vendendo a imagem de “flexibilização” do ensino.
O que precisamos é de investimento para acabar com a superlotação nas salas de aulas, mais construção de escolas onde os estudantes aprendam todo o conhecimento acumulado pela humanidade, de maiores salários e melhores condições para os professores darem aulas. Precisamos de transporte, merenda, material escolar, bibliotecas e não de falsas soluções.
A UNE e também grande parte das direções sindicais não encabeçam a luta contra os cortes na educação e a Reforma do Ensino Médio, pois foram durante anos atrelados financeiramente aos governos, submissos ao Estado burguês e não foram além da luta parlamentar, apesar da grande disposição de luta dos estudantes, tal como ocorre na UFMT ou mesmo como foi visto na luta dos secundaristas em 2016. Por isso os estudantes organizados não devem aceitar dinheiro de nenhum governo burguês ou empresa privada e sim financiar seu próprio grêmio ou qualquer outro sindicato estudantil (Centro Acadêmico, DCE, etc.). As direções estudantis devem encabeçar a luta contra a Reforma do Ensino Médio, contra os cortes na educação, pela Educação Pública, Gratuita e Para Todos, pelo socialismo. Somente com uma luta de massas, em conjunto com a classe trabalhadora, para acabar com todos os cortes na educação e enterrar a contrarreforma do Ensino Médio. Miremos nos jovens do mundo todo no maio de 68, que lutaram contra o sistema pelos seus direitos e mostrando que é possível construir a revolução em conjunto com a classe trabalhadora.