Acampamento Revolucionário organiza luta contra governo Bolsonaro e pela revolução
O Acampamento Revolucionário terminou no dia 27 com um elevado clima de resistência e animação sobre a capacidade de luta dos trabalhadores e da juventude. Desde o dia 24, mais de 60 jovens de várias regiões do país estavam reunidos em Florianópolis para estudar a história e definir táticas de combate contra o governo Bolsonaro e seus ataques. O tema desta edição do evento foram os 100 anos de fundação da Internacional Comunista. Também participaram do evento camaradas da Grã-Bretanha e do Canadá.
Começando o dia final do acampamento, os participantes dividiram-se em dois grandes grupos de trabalho. Um deles centrou suas atenções na resistência aos ataques à educação anunciados e em curso pelo governo Bolsonaro e seus aliados, como a proposta reacionária de vouchers para estudar. O outro grupo dedicou-se sobre a ofensiva em curso em nível nacional da lei da mordaça, promovida pela ONG Escola Sem Partido. Com o novo governo, essa medida de supressão das liberdades democráticas será pauta ainda mais presente.
No início da tarde foi realizado o sorteio de uma obra plástica doada por uma artista catarinense de renome internacional. Trata-se de uma escultura em metal que faz uma releitura do Monumento a Terceira Internacional, também conhecida como Torre de Tatlin. A obra original foi concebida pelo artista plástico e arquiteto russo Vladimir Tatlin. Ela foi concebida para expressar a nova época aberta pela revolução socialista na Rússia, sendo um dos destaques do movimento artístico conhecido como construtivismo russo. Durante todo o evento, a obra da artista catarinense foi prestigiada pelos participantes e compôs uma das homenagens promovidas aos 100 anos da Internacional Comunista.
A plenária final do evento conduziu a medidas de ação e a sínteses políticas as discussões realizadas ao longo do acampamento. Três resoluções foram aprovadas para isso. A principal delas foi “Organizar a luta contra o governo Bolsonaro e pela revolução”, que também é a declaração final do Acampamento Revolucionário. Outros dois documentos aprovados foram “Combater o governo Bolsonaro e lutar por educação pública, gratuita e para todos”, e “Congresso da UNE: construir a Liberdade e Luta, tendência revolucionária da juventude”.
Outro assunto abordado no último dia do acampamento foi um balanço da atuação da Liberdade e Luta em 2018. Foram elencadas várias atividades locais impulsionadas pelos militantes da LL, assim como aquelas que tiveram sua participação. Alguns exemplos foram a batalha que derrotou a Lei da Mordaça em Joinville, o enfrentamento ao aumento absurdo do bandeijão da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e a denúncia ao modelo corporativista dos sindicatos de artistas, com atividades realizadas em São Paulo e Curitiba. Também frisou-se que o eixo central da LL no último período foi o enfrentamento a denúncia à Lei da Mordaça e às tentativas dos governos e dos capitalistas de implementá-la.
Por fim, o Acampamento Revolucionário aprovou uma nova coordenação da Liberdade e Luta. Essa terá uma série de tarefas no próximo período. Elas começam por combater o falso nacionalismo com internacionalismo proletário, frisando o slogan “O Mundo É Meu País!” Também será um compromisso permanente combater o capitalismo com socialismo. Além disso, a nova coordenação precisará ajudar os jovens e os trabalhadores a superar a atomização da sociedade burguesa com organização. A principal tarefa será mobilizar a juventude para lutar pela transformação da sociedade e pela revolução socialista.
Você também pode conferir como foi o primeiro dia do Acampamento Revolucionário, quando foi realizada a abertura temática sobre os 100 da Internacional Comunista e expressas saudações internacionais. Já o segundo dia pode ser conferido clicando aqui, em que os participantes se dedicaram a discutir a situação nacional e internacional e a como combater o governo Bolsonaro. O terceiro dia do acampamento, que também está registrado aqui, foi marcado pela polêmica sobre o marxismo e o combate à ideologia burguesa e pequeno-burguesa entre a juventude.