Campanha contra o retorno presencial das atividades em Caieiras

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Na tarde desta segunda-feira (22), a prefeitura de Caieiras-SP, sob a gestão do prefeito Lagoinha (MDB), comunicou que os trabalhadores da educação deveriam retomar o trabalho presencial no dia 24 de fevereiro (quarta-feira). Tal comunicado foi feito sem a apresentação de um decreto oficial, às pressas, de maneira confusa e desorganizada. Um claro ataque da gestão para evitar que os trabalhadores consigam se organizar contra essa medida irresponsável. O vale-transporte (VT) ainda não foi recebido, não foi realizada nenhuma testagem e não há garantia da compra dos Equipamentos de Segurança Individual (EPIs) nas escolas. Há escolas que têm um quadro de funcionários considerável e todos terão que se reunir para planejar esse retorno, causando aglomerações e ajudando a disseminar contaminações e mortes.

Vale ressaltar também, que não há protocolo seguro para o retorno presencial. Pelo contrário, estamos vivendo um dos piores momentos da pandemia, com pico de contaminações, internações, UTI’s lotadas e alta no índice de mortes. Essa tentativa de forçar um retorno nessas condições repete o total desrespeito com a vida dos trabalhadores e dos familiares das crianças cometido pelos governos municipais, estaduais e federal.

Diante disso, a Associação de Professores Municipais de Caieiras (APMC) se reuniu na segunda-feira (22/02) em caráter emergencial para elaborar conjuntamente uma carta aberta, pois boa parte dos professores compreende a situação e querem se manifestar contra o retorno presencial sem vacinação e abrir diálogo com a população e comunidade escolar. Chamamos todos, trabalhadores das escolas e familiares, a participarem dessa campanha pública enviando um e-mail para o Sindicato dos Servidores Públicos de Caieiras (Sinserpuca), convocando a direção sindical a se colocar publicamente contra o retorno presencial das atividades escolares e em favor da vida de todos! Assim como enviar uma cópia para a Secretaria de Educação e gabinete da Prefeitura.

Também convidamos os professores a fazerem registros de denúncia das irregularidades encontradas em suas unidades escolares, como: falta de espaço adequado ao distanciamento social, falta de EPI’s, falta de materiais de higiene, desvios de função (professores tendo que organizar espaços da escola) etc., enviando denúncias para o e-mail educadorespelosocialismo@gmail.com e participarem dessa campanha enviando o e-mail abaixo:

Copiar o texto abaixo e enviar para: sind.sinserpuca@hotmai.comgabinete@caieiras.sp.gov.breducacao@caieiras.sp.gov.breducadorespelosocialismo@gmail.com

Assunto do e-mail: Aulas e atividades presenciais só com vacinação para todos!

ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE CAIEIRAS APMC 

“O Retorno das aulas presenciais com segurança e respeito é fundamental! Nós, professores da rede municipal de educação de Caieiras, enviamos essa carta aberta para estabelecer com a sociedade civil um debate sobre o retorno às atividades presenciais nas escolas municipais.

No último dia 22, fomos surpreendidos via gestores escolares que o retorno presencial aconteceria no próximo dia 24/02/21, e posteriormente, dos alunos da rede em 08/03/21. Até a publicação desta, sem qualquer publicação de decreto ou norma em diário oficial por parte do poder público para que instrua a forma legal do eventual retorno. Dessa forma, questionamos como será eventual estrutura, além de muitas questões a serem levantadas para que este retorno possa acontecer de maneira segura para todos.

Compreendemos a importância da escola no desenvolvimento humano e do quanto nossos alunos e filhos foram prejudicados durante o último ano pela ausência escolar, limitações, danos emocionais, psicológicos e até pedagógicos. No entanto, ainda estamos atravessando um momento muito difícil para todas as famílias, trabalhadores que são parte principal das nossas escolas, os quais não podemos apenas jogar à sorte.

Gostaríamos de ressaltar o despreparo para a volta das atividades presenciais neste momento: testagem para todos, faltam equipamentos de segurança; materiais básicos de limpeza para devida higienização; equipes de limpeza reduzidas; refeitórios coletivos sem obras ou intervenções para evitar contaminações; dentre outros diversos problemas.

O protocolo de retorno ainda não foi discutido em sua totalidade, pois a comissão municipal que existia para este fim está desfalcada após a saída de muitos membros.

Além disso, não houve regulamentação eletiva da comissão, a qual precisará passar por novas eleições para composição definitiva, para que os novos membros possam se apropriar das discussões e dar seguimento.

Em todos os lugares do Brasil e do mundo onde as aulas foram retomadas presencialmente houve um aumento de contaminações, internações e mortes, como no caso recente de Manaus, inclusive São Paulo vem atravessando problemas de leitos hospitalares e no próximo dia 24/02/21 haverá coletiva do nosso governador para falar da necessidade ou não de novas regras de restrição. Muitos lugares resolveram fechar novamente as escolas e enrijecer ainda mais a quarentena e distanciamento social.

Assim a reabertura das escolas em plena alta de contaminação da Covid-19 é um risco muito grande, principalmente pensando-se na preservação da vida. As nossas escolas, como tantas outras estaduais e municipais, não têm condições de atender todos os protocolos de segurança sanitária neste momento.

No Estado de São Paulo, há um mês a média diária de mortes é de 200 pessoas e de novas contaminações 10 mil.

Em Caieiras, já são mais de 4.500 pessoas infectadas, além disso, a nova variante mais contagiosa e letal da doença já está se espalhando pelo Estado e atinge não apenas os idosos, mas adolescentes, crianças e adultos mais jovens.

É uma contradição que após o anúncio do Centro de Contingência de SP (22/02/2021), registrando o aumento da média de internações graves e mortes, recomendando medidas mais rígidas, com o fechamento até dos supermercados, existam municípios que se preparam para retomar as atividades escolares presencialmente. Ao contrário do que divulga a mídia, não foi um ano perdido, pois o trabalho escolar continuou sendo realizado pelos trabalhadores da educação, enfrentando diversas dificuldades e sem apoio dos governos, que não garantiram sequer acesso à internet para as famílias e professores na maioria dos casos.

Em Caieiras há, inclusive, escolas ainda sem direção e/ou coordenação definidos até o momento.

A partir da experiência do ano passado, apesar de toda a problemática verificou ser possível manter as aulas, as formações de professores e as reuniões remotamente, não sendo indispensável o retorno presencial, pois não há previsão de protocolos ou testagem para identificar possíveis assintomáticos que podem contaminar outras pessoas durante as atividades presenciais.

Professores não receberam o vale-transporte (VT) para o retorno presencial que está sendo exigido pela prefeitura às pressas, sendo que outros municípios fizeram este pagamento no início do mês já se preparando antecipadamente para este retorno, inclusive já utilizando-se de htpcs para a discussão sobre a temática e os momentos de formação coisa que a nossa rede não fez.

Recentemente, tivemos um corte anunciado em nossos pagamentos e nossos salários não são reajustados há anos. Como muitos outros trabalhadores, sofremos com cortes de direitos e de salários, ao mesmo tempo que se vende a ideia para a população como se estivéssemos em uma situação normal para a retomada presencial e a culpa recai nos professores, é como se não fosse uma vontade nossa retornar.

Enquanto trabalhadores da educação, queremos que as atividades sejam retomadas presencialmente, mas com responsabilidade, segurança, pois temos acompanhado os noticiários, com o mínimo de clareza possível e principalmente com informações claras, objetivas e em tempo, não do jeito que tem sido por grupos de Whatsapp.

Solicitamos através desta carta que o retorno seja repensado e discutido com todos os envolvidos. Já que para este momento ainda sem a comissão de gerenciamento, sem o protocolo concluído, sem testagem dos profissionais, sem o pagamento do VT, sem um cronograma de vacinação a todos os profissionais envolvidos nas escolas e para os alunos, para que essa volta seja feita com segurança.

Não existe protocolo seguro, sem os itens supracitados!!! Respeito!!!”

Por isso, convocamos a direção do sindicato (SINSERPUCA), a Secretaria de Educação e a prefeitura a se colocarem publicamente contra o retorno presencial das atividades escolares e em favor da vida de todos!

  • Sem vacinação! Sem aulas e atividades presenciais!
  • Não existe protocolo seguro sem vacina!
  • Lockdown e vacina para todos já!
  • Queremos nossos direitos! Devolvam nosso VT e a nossa bonificação!
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