Campanha “UFRJ Fica, Bolsonaro Sai!”
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais antiga e maior universidade federal do país, anunciou no dia 12 de maio que corre o risco de fechar as portas na metade do ano devido à falta de verbas. Essa situação limite que assombra estudantes, professores, servidores e toda a sociedade é resultado de uma política privatista e reacionária para a educação que, em 11 anos, foi responsável por reduzir o orçamento do MEC para as universidades federais em 37%.
Nos últimos 10 anos, considerando o decênio 2011-2021, em milhões de reais, o orçamento discricionário da UFRJ foi reduzido gradativamente. Esse constante estrangulamento das verbas tem um impacto direto no cotidiano da Universidade, impedindo a manutenção das instalações, que resultaram num triste acúmulo de incêndios nos últimos anos, causando perda histórica, de pesquisa, cultural, bem como colocando em risco a vida de estudantes e servidores.
Há uma relação direta entre a redução do orçamento e a perda de patrimônio através de incêndios. Em 2011 as verbas destinadas a UFRJ foram de R$639 milhões, em março desse ano houve a queima do Palácio Universitário, na Praia Vermelha, prédio tombado pelo Iphan. Em setembro de 2012 foi a vez da Faculdade de Letras. Em 2014, as verbas caíram para R$611 milhões e em outubro houve a queima do Centro de Ciências da Saúde (CCS), destruindo completamente um laboratório.
Novamente em 2016 o orçamento da UFRJ caiu para R$541 milhões e em outubro de 2016 o incêndio ocorreu no oitavo andar da Reitoria, interditando cinco andares, afetando 11 cursos lecionados no prédio e forçando setores administrativos a mudarem sua localização para que a Universidade continuasse funcionando. Em 2017, novo corte de orçamento, naquele ano a UFRJ contou apenas com R$487 milhões e em agosto ocorreu um novo incêndio, dessa vez na Residência Estudantil, afetando a vida de centenas de estudantes. Em 2018 o orçamento caiu para R$430 milhões e foram três incêndios, em junho, o nono andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Hospital do Fundão), em agosto foi a vez do laboratório de metalurgia do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) e em setembro a triste queima do Museu Nacional, uma perda coletiva de patrimônio da humanidade.
O golpe final é desferido pelo ultraliberal, reacionário e obscurantista governo Bolsonaro que aprovou o Orçamento 2021, com compra de votos parlamentares, em que os investimentos à educação e educação não chegam nem a 3%. No caso da UFRJ o orçamento é de apenas R$299 milhões, menos da metade do que a UFRJ contava em 2011 e que já era um orçamento reduzido.
Esse orçamento criminoso, além de retirar recursos da educação, retira também da saúde, em tempos de pandemia (!), aumenta as despesas militares para a repressão e aprova quase 40% do orçamento para pagamento dos juros e amortizações da Dívida Pública, que já foi paga várias vezes e segue retirando recursos valiosos dos serviços públicos para alimentar os bolsos dos ricos e patrões.
A tática aqui é o estrangulamento dos serviços públicos, salário indireto dos trabalhadores, por meio de cortes permanentes nos orçamentos com o objetivo de entregar o patrimônio público às traças ou à iniciativa privada. Esse também é o traço geral da burguesia no mundo inteiro.
A classe revolucionária que lutou contra o obscurantismo medieval; que pela primeira vez idealizou a educação republicana baseada nos pilares da gratuidade, laicidade, obrigatoriedade e universalidade; que abriu as portas da produção à Ciência; que produziu maravilhas muito maiores que a Muralha da China, se converteu em seu contrário. A burguesia é hoje, em todo mundo, um bloqueio para o desenvolvimento das ciências, das artes e da própria Humanidade.
No Brasil, a expressão nacional dessa decadência, aplica uma política assassina que está levando milhares de brasileiros às valas e que tem como traço fundamental seu absoluto desprezo pela Ciência, pela Educação e pelas vidas proletárias. O fechamento da UFRJ representa de uma única vez esse traço asqueroso.
O impacto do fechamento da UFRJ vai muito além de não pagar contas de luz, de água e empresas prestadoras de serviço. A UFRJ, para além da política da Educação, tem importância e impacto na vida da sociedade como um todo. Graças a esse corte monstruoso de verbas, os serviços que podem ser afetados com o fechamento da UFRJ são: Testagem para Covid-19; Pesquisas de duas vacinas contra a Covid-19 em fase de testes na UFRJ; Fechamento de leitos hospitalares; Redução do atendimento nos hospitais; Manutenção predial; Limpeza geral e limpeza hospitalar; Segurança; Bolsas acadêmicas; Insumos para pesquisa; Compras de equipamentos de tecnologia da informação para melhoria do ensino remoto; Aquisição de livros, e-books, base de dados; Investimento para o retorno presencial em condições de biossegurança; Investimentos ligados à assistência estudantil; Conclusão de obras; Projetos de combate a incêndios; Projetos de acessibilidade;.
Como se vê, a atuação da UFRJ vai muito além do ambiente da sala de aula. Além das ações listadas, a UFRJ produz álcool em gel e realiza uma série de pesquisas importantes, comprovadas e reconhecidas internacionalmente.
O impacto do fechamento de uma universidade como a UFRJ será ampliado e agravado pelos fechamentos e interrupção de atividades em outras universidades públicas que já anunciaram essa perspectiva, como a Unifesp, a UFF e a UFSCar, bem como outras que seguirão o mesmo caminho que se desenha. A UFRJ é a primeira de muitas.
Sabemos que a única via para a manutenção dessas e de outras universidades públicas é um combate encarniçado para recompor o orçamento da educação em todos os níveis, destinando os recursos necessários para a educação e ciência pública, gratuita e para todos.
Diante desse cenário, a luta contra o fechamento das universidades federais, em particular a UFRJ, precisa se acender como um farol na luta para pôr abaixo o governo Bolsonaro! Sob esse governo não há perspectiva de alívio para as universidades federais, para a educação e para os trabalhadores. É preciso unificar a luta de estudantes, servidores administrativos, docentes, prestadores de serviço, pais, mães e responsáveis pelos estudantes e extrapolar os muros da universidade ganhando todos os trabalhadores para impedir o fechamento dos nossos patrimônios públicos, empregos e direitos. É preciso unificar a luta contra o fechamento das federais à luta para pôr abaixo o governo Bolsonaro. Junte-se à Campanha UFRJ FICA, BOLSONARO SAI!
Como participar da Campanha UFRJ Fica, Bolsonaro Sai:
- Envie sua moção contra o fechamento da UFRJ e das federais e pela recomposição do orçamento que destine todo o dinheiro necessário para a educação e ciência!
- Participe da live nacional “UFRJ Fica, Bolsonaro Sai” com convidados das federais!
- Participe do Encontro Nacional de Luta Abaixo Bolsonaro, online, dia 10 de julho às 13h30! Seja um dos signatários de sua convocatória clicando aqui!
- Participe das manifestações (se não for do grupo de risco e seguindo as recomendações sanitárias) do dia 19 de Junho com cartazes, faixas com as palavras de ordem “UFRJ Fica, Bolsonaro Sai!”.
- Compartilhe este manifesto e outros materiais em suas redes!
- Entre em contato com a Liberdade e Luta para construir um núcleo e impulsionar a campanha em sua universidade, escola e local de trabalho! What’s App (61) 9422-1341.
Envie sua moção!
Sugerimos que sua moção seja encaminhada seguindo as seguintes orientações:
Título do e-mail: Contra o fechamento da UFRJ e federais! Pela recomposição do orçamento que destine todo dinheiro necessário a educação e ciência!
E-mails para onde enviar: contato@une.org.br, sen.rodrigopacheco@senado.leg.br, presidencia@camara.leg.br, comunicacao@anpg.org.br, souliberdadeeluta@gmail.com, cut@cut.org.br
Texto:
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais antiga e maior universidade federal do país, anunciou no dia 12 de maio que corre o risco de fechar as portas na metade do ano devido à falta de verbas. Essa situação limite que assombra estudantes, professores, servidores e toda a sociedade é resultado de uma política privatista e reacionária para a educação que, em 11 anos, foi responsável por reduzir o orçamento do MEC para as universidades federais em 37%.
Diante desse cenário, exigimos que o orçamento 2021 aprovado pelo congresso que cortou recursos da saúde e educação seja revogado e exigimos a recomposição de um orçamento para impedir o fechamento das universidades federais e que destine todo o dinheiro necessário à educação e ciência! A CUT, UNE e ANPG, o movimento estudantil e sindical, devem organizar uma ampla mobilização da juventude e dos trabalhadores contra o fechamento das universidades federais, para pôr abaixo o Orçamento 2021 e o governo Bolsonaro!
- UFRJ Fica, Bolsonaro Sai!
- Contra o fechamento da UFRJ e federais!
- Pela recomposição do orçamento que destine todo dinheiro necessário a educação e ciência!
- Fim do pagamento da Dívida Pública! Todo dinheiro necessário à educação e ciência, em todos os níveis!
Nome, local, representação