Congresso da UNE: construir a Liberdade e Luta, tendência revolucionária da juventude
A União Nacional dos Estudantes (UNE) é a mais importante entidade do movimento estudantil brasileiro. Durante anos a UNE participou de importantes combates, como a campanha pela estatização do petróleo no Brasil (“O Petróleo é Nosso”) nos anos 1950, que culminou com a criação da Petrobras em 1954. Enfrentou a Ditadura Militar instaurada a partir de 1964, e participou de embates que aliaram estudantes, operários e camponeses em 1968 contra o regime. Nos anos 1970, a entidade voltou a se reorganizar, após ter sua sede queimada pela Ditadura e seus membros e dirigentes terem sidos presos e perseguidos. Em 1979, ainda durante a ditadura, a UNE é reconstruída no seu 31º Congresso, em Salvador, Bahia. No Manifesto e na Carta de Princípios adotadas a UNE assume uma série de bandeiras fundamentais, entre elas, a luta por educação pública, gratuita e para todos e a solidariedade com as lutas dos trabalhadores de todo o mundo.
Nas duas décadas seguintes, a UNE ainda participou do Fora Collor, em 1992, das lutas contra o provão (o atual ENADE) e da luta contra o aumento das mensalidades nas Universidades Privadas. Depois disso, a direção majoritária da UNE cada vez mais burocratiza a entidade, a afasta da base estudantil e cada vez mais se ligam aos governos (acordo com o governo para obter o monopólio da carteirinha estudantil, etc.) e aos donos das universidades privadas.
Com a eleição de Lula e a chegada do Partido dos Trabalhadores ao governo, a entidade aprofunda ainda mais esse processo abandonando completamente suas bandeiras históricas e passando a ser uma correia de transmissão da política do governo.
Atualmente, a UNE é uma sombra do que foi no passado. Não realiza nenhum combate real contra a Reforma do Ensino, contra a Lei da Mordaça, pela redução das mensalidades, pelo fim das taxas, pelo fim do vestibular, ou seja, abandonou a luta pela educação pública e gratuita. Seus Congressos, majoritariamente fraudados, não só pela direção majoritária, foram engessados pela atual direção para que não houvesse debate e se aprovasse a política do governo Lula/ Dilma de favorecer os tubarões do ensino privado. A UNE, hoje, é dirigida pela chapa “Frente Brasil Popular”, composta por PCdoB, PT, PDT, Consulta Popular, Levante Popular da Juventude.
O papel da Liberdade e Luta na UNE
Nos atuais Congressos da UNE uma boa parte dos estudantes é levada sem que haja discussão política alguma na base, apesar d interesse em conhecer a UNE, compartilhar experiências com estudantes de outros cantos do país e de encontrar um ponto de apoio para tentar mobilizar em seu local de estudo.
Apesar dos esforços da direção para impedir o debate político, Liberdade e Luta participa dos Congressos da UNE para apresentar seu programa, discutir com os estudantes presentes e convidando-os a conhecerem nossa organização.
Mas, nossa atuação não começa no Congresso. Nossa principal tarefa política é a de ir até o conjunto da juventude que está nas escolas e universidades. São esses os jovens que renovarão o movimento estudantil, que podem mobilizar bases e buscar reconstruir as entidades de base, CAs e DCEs, organizar as lutas em defesa da educação e por meio da aliança operário-estudantil aprender com os métodos de luta da classe trabalhadora.
Para isso é preciso apresentar a esses jovens uma organização capaz de lutar ao lado deles. Esse é o papel da Liberdade e Luta. A Liberdade e Luta é a organização que está ao lado dos estudantes todos os dias. Vamos difundir o jornal da Liberdade e Luta em cada local de estudo para apresentar nossas ideias e preparar a luta por cada reivindicação que ajude os estudantes a elevar a sua consciência e compreenderem a importância de lutar pela revolução.
Durante o Congresso da UNE – e durante o Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) -, vamos dialogar com a juventude, preparando reuniões, debates, atos políticos onde explicaremos porque somos contra a legalização das drogas que destroem a juventude, contra as cotas raciais que divide os estudantes e abandona a luta por vagas para todos, assim como as demais ideias burguesas e pequeno burguesas que dividem e ameaçam a juventude. O mesmo trabalho deve ser realizado nas escolas secundaristas para preparar nossa intervenção no Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
Somente organizando os estudantes, lutando em defesa da educação pública e gratuita em todos os níveis, contra os cortes na educação, contra a lei da mordaça, contra a reforma do Ensino Médio, contra a Escola sem Partido, defendendo nossas reivindicações, nossas conquistas, aliando-nos com os trabalhadores nas fábricas e apoiando suas lutas é que a juventude pode realizar a transformação desta sociedade e abrir um caminho para um futuro maravilhoso para toda a Humanidade.
Educação pública e gratuita em todos os níveis!
UNE livre e independente de volta para os estudantes!
Abaixo o governo Bolsonaro! Abaixo o imperialismo!
Solidariedade com as lutas dos trabalhadores de todo o mundo!
Varrer o capitalismo! Viva a revolução socialista!