Corte de gastos das universidades públicas chegam na Universidade Federal do Paraná

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educacaoprAs universidades federais vem sofrendo com sucateamento e cortes expressivos desde o agravamento da crise mundial no Brasil, ainda no governo Dilma. No entanto, após a posse do governo ilegítimo de Michel Temer a situação piorou ainda mais. 

O orçamento disponibilizado em 2017 para as universidades federais caiu 8,1% para gastos com custeios e 31,1% para verba das obras em relação a 2016. Em julho desse ano foi apresentado corte de 15% para custeio e 40% para obras. 

Todo esse corte impacta diretamente no funcionamento das universidades, que não tem dinheiro para serviços gerais como manutenção, limpeza, serviço e segurança além de ameaçar o próprio funcionamento regular dessas instituições até o final de 2017. Ainda que, o ministro da educação, Mendonça Filho, tenha se comprometido a liberar 100% da verba necessária mensalmente até o final do ano. 

Os cortes na educação superior combinado com a descontinuidade das bolsas CNPq fragilizam ainda mais essas instituições e o futuro das pesquisas acadêmicas no Brasil. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) é o principal investidor de ciência no Brasil. O programa de iniciação científica, que está em vigor desde 1951, nunca sofreu descontinuidades como apresenta agora. Essas bolsas não afetam somente a graduação como os programas de pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado e projetos de pesquisa. 

Apesar da liberação de 450 milhões de reais para o custeio de obras e para o dia-a-dia das universidades, o dinheiro pode ainda não ser suficiente e resultar em cortes nas contas de luz, água, manutenção e até mesmo nos pagamentos dos funcionários terceirizados. 

Nesse sentido, nós estudantes sofremos diretamente com a falta de investimento e o corte na verba das universidades federais. A Universidade Federal do Paraná sofreu o corte de 27,2% na verba de custeio e investimentos, o que, segundo a reitoria da Universidade, afeta principalmente as despesas gerais e o contrato de terceirizados. 

A campanha “Valoriza UFPR”, lançada nesse ano como alternativa para reduzir os gastos de custeio demonstra bem que a universidade está com dificuldades para pagar despesas fundamentais como energia elétrica, água, telefone, entre outros. Segundo o próprio reitor, a campanha vem no sentido não só de sustentabilidade, mas também de garantir que não faltem recursos essenciais para a UFPR até o final desse ano.  

Apesar da reitoria se dizer comprometida com a permanência dos estudantes mais carentes, o número de editais para bolsas como permanência estudantil, moradia, refeição e creche diminuíram. Nos editais destinados aos calouros, por exemplo, os números disponibilizados para bolsas permanência e moradia caíram para mais da metade, se comparado ao ano passado. 

Para agravar ainda mais a situação, nas últimas semanas os estudantes foram surpreendidos com um possível aumento do Restaurante Universitário (RU) para esse semestre. Apesar da reitoria ainda não ter se posicionado oficialmente, os estudantes já estão começando a se mobilizar a partir de assembléias nos campi e o DCE marcou uma assembleia geral para a próxima quinta-feira (24).

Em frente a dubiedade do discurso da reitoria, que não condiz com a prática e os cortes freqüentes que ameaçam a permanência dos estudantes mais pobres na universidade, a mobilização é imprescindível. O DCE deve se mobilizar com os centros acadêmicos e com a base contra os cortes de verba do governo federal, contra o aumento do RU e pela permanência estudantil e o instrumento necessário para que isso aconteça é a greve. Somente com resistência, em uma greve estudantil forte e organizada, com atos e atividades constantes teremos força suficiente para barrar o aumento no RU e os cortes que ameaçam a permanência dos filhos da classe trabalhadora na universidade. Os estudantes não vão pagar pela crise!

Greve estudantil contra o aumento do RU!

Pela permanência estudantil!

Contra o sucateamento e corte de verba nas universidades públicas!

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