Frente ampla e nacionalismo no terceiro dia do 60º Conune
O terceiro dia do Conune 2025 (18), teve como principais atividades os debates simultâneos e o ato “Abaixo o imperialismo: por soberania aos povos e nações”. A programação cultural não foi realizada.
Nesse dia, nos concentramos em participar das mesas sobre a “Recomposição orçamentária já!” e “Quem entrou quer sair com diploma”. Como de costume, as atividades começaram com atraso, com informações contraditórias e desorientação sobre o local.
Para além da desorganização programada para a alienação dos estudantes, as falas apresentadas tiveram pouca consistência em teoria revolucionária, com discursos que defendem políticas vantajosas para a burguesia. O nível de concessão ao capital, chegou a tal ponto, por exemplo, a passar o pano para o “Projeto de Lei da Devastação” – que flexibiliza as regras de licenciamento do meio-ambiente -, defendendo o congresso por aprová-lo, pois os “recursos da exploração do petróleo iriam para a educação”. Essa fala foi feita por um membro da juventude do PT, demonstrando a política de colaboração com o capitalismo, desde que “tenha recursos para a educação”.
Ontem (17) denunciamos que não houve debate organizado, apenas agitação, na mesa de mudanças climáticas. Hoje (18), no debate na mesa simultânea “Recomposição orçamentária já” , a censura foi praticada pela mesa organizadora. Nossos camaradas se inscreveram para fazer uma fala, entretanto, nós, assim como outras organizações, fomos abertamente censurados com a declaração de que “estamos dando prioridade para a majoritária e só teremos 10 inscrições”. Um claro ataque ao direito de expressão das forças que compõem esse congresso.
Organizações como Rebeldia (PSTU), Correnteza (UP) e PCBR, só conseguiram fazer uma fala através de protestos e uma única fala para todos. Mesmo assim, o tempo não foi respeitado e as falas foram cortadas por “falta de respeito com o tempo de fala dos outros inscritos, e com a democracia”. Isso expressa o carácter burocrático que se consolidou durante todo o congresso. Mostrando a completa degeneração que a direção está submetendo a UNE enquanto entidade de direção do Movimento Estudantil. .
Nesse dia, também iniciamos a divulgação de uma campanha de frente única da UNE pelo fim do vestibular, dialogando com delegados e dirigentes de outras forças da oposição para que levassem esse importante tema junto conosco
Ao final do dia participamos do ato convocado como “Abaixo o imperialismo: por soberania aos povos e nações”, que inicialmente foi organizado como ato em solidariedade com o povo palestino, mas que diante da agressão de Trump contra o Brasil, ganhou um caráter da frente ampla com a principal palavra de ordem agitada pela direção majoritária sendo “o Brasil soberano nos UNE”, “por um Brasil brasileiro”, “O Brasil se UNE contra Trump”.
Como temos explicado,
A ingerência de Trump no Brasil, articulada pelos falsos nacionalistas para livrar Bolsonaro da cadeia, é uma agressão imperialista contra uma nação explorada e dominada pelo capital financeiro, em particular, dos EUA. Essa agressão exige uma resposta firme da juventude e da classe trabalhadora, uma resposta de classe! A UNE pode cumprir um papel crucial nessa resposta como já fez no passado quando impulsionou a campanha “O petróleo é nosso!”. Naquela ocasião, a entidade exigia que os imperialistas tirassem a mão do nosso petróleo. A resposta de classe foi dada: mobilização dos estudantes e dos trabalhadores sob a exigência da nacionalização do petróleo contra a exploração estrangeira.
A luta em defesa do povo palestino, teve o seu tom suavizado, e as cobranças ao governo por uma definitiva ruptura de relações com o Estado de Israel, foram colocadas de lado. No lugar disso, a direção colocou essa pauta genérica e pacifista luta pela paz, e encheu as falas de um discurso nacionalista, como solução ao imperialismo. Gritos de ordem como “Sou brasileiro com muito orgulho” foram o tom do ato, que foi uma passeata até o ginásio de Goiânia.
Nós intervimos, apresentando nosso panfleto com a resposta de classe em nosso tempo: anulação e cancelamento imediato do pagamento da dívida interna e externa, estatização de bancos e multinacionais norte-americanos e monopólio do comércio exterior.
Dos EUA ao Brasil é necessário a unidade mundial dos jovens e trabalhadores, a unidade mundial da luta de classes, para pôr um fim no imperialismo e toda sua agonia: guerras comerciais, massacre na Palestina, aumento do militarismo, exploração e destruição da natureza e das condições de vida dos trabalhadores e sua juventude. Somos jovens comunistas e lutamos por um mundo onde a produção seja controlada democraticamente pelos trabalhadores para a satisfação de todas as necessidades em harmonia com a natureza, um mundo socialista. Você concorda? Organize-se com a Juventude Comunista Internacionalista!
Quem somos?
Somos a Juventude Comunista Internacionalista (juventudecomunista.com), fração jovem da Organização Comunista Internacionalista (marxismo.org.br) que é a seção brasileira da Internacional Comunista Revolucionária (marxist.com). Estamos presentes em mais de 60 países, lutando contra o capitalismo e para abrir uma saída comunista para a humanidade. Temos um mundo inteiro a ganhar!
O que estamos fazendo no 60º Congresso da UNE?
Compreendemos que este espaço é privilegiado para debater com os estudantes perspectivas políticas da conjuntura, da educação e da organização do movimneto estudantil. O congresso é organizado através das eleições de delegados nas instituições de ensino superior, públicas e privadas, sob a base de documentos políticos. Estamos apresentando teses comunistas internacionacionalistas para o 60º Conune e mais que construir chapas, eleger delegados etc. nosso objetivo é aumentar as forças do comunismo na sua universidade! Você é comunista? Então, organize-se!
Passo a passo de como participar:
1- Leia nossas teses!
2- Você é comunista? Então, organize-se!
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