Introdução à História da Música: som, trabalho e as condições materiais
O revolucionário Friedrich Engels, em seu texto “O papel do trabalho na transformação do macaco em homem”, de 1876, explica que o trabalho foi a condição básica para a evolução da vida humana, em tal grau que criou o próprio homem. Diante disso, vemos também em fontes sobre a história da música que, igualmente, foram os movimentos repetitivos dos trabalhos manuais que instigaram os humanos na criação desta arte.
Mas a música além de ser oriunda do trabalho e constituída pela altura, duração, intensidade e timbre, trata-se, antes de qualquer coisa, de um produto que possui como a matéria-prima o som.
O som compreende-se como um fenômeno natural, captado pela sua produção, propagação e percepção, ao ser realizado por vibrações que deslocam-se pelo ar, na madeira ou até mesmo, como podemos ouvir, por exemplo em Naná Vasconcelos[1], na água, transformando-se em ondas sonoras apanhadas pelos ouvidos.
Ao cérebro, tais estímulos sonoros proporcionam sensações para percepções e interpretações humanas. Neste processo, as frequências podem ser irregulares, com ruídos, ou regulares, com sons musicais. Conjuntamente, faz-se depende da intensidade do som para sua percepção.
Produzido pela vibração das cordas vocais, na laringe, o som da voz humana surge quando o ar oriundo dos pulmões passa pelas pregas, no momento da expiração. Ao juntarem-se, as pregas vocais vibram no processo de fonação. Para o agudo, as cordas se alongam. Para o grave, unem-se relaxadamente ao vibrar.
Por isso desenvolveram-se técnicas de exercícios físicos, respiratórios, vocais e de articulação para o melhor desempenho da voz, tanto na música erudita, quanto na popular. De tenores a sopranos[2]. De barítonos a mezzo-sopranos[3]. De baixos a contraltos. As vozes constroem-se e desenvolvem-se para imprimir as sensações humanas por meio da música.
Ao ordenar intencionalmente os elementos – altura, duração, intensidade e timbre -, construímos a música, carregada pelo ritmo para a organização do tempo, pela melodia para a sequência das notas e pela harmonia para a combinação de sons simultâneos.
No urbano, ouvimos o ambiente de ruídos, organizando-se em músicas. No silêncio, verificam-se menores intensidades, mas não sua completa ausência, pois a plenitude da ausência faz-se impossível, devido a constância de nossa respiração, dos batimentos cardíacos, do pulsar e da circulação sanguínea dos corpos.
A natureza grita, conversa e musicaliza a vida. Trovões, ventos, chuvas e tempestades. Vulcões, plantas e animais. Florestas, montanhas, desertos e praias. Independentemente de suas irregularidades, os sons das folhas e as ondas do mar são constantes. A natureza, portanto, inspira e transmite seus sons e imaginações à consciência humana. Tudo produz seus particulares sons e os humanos, capacitados pelo Trabalho, ordenam os sons e sintetizam-os em músicas.
A partir disto, as possibilidades desenvolvidas pelos compositores foram inúmeras durante a história, contextualizados por suas épocas, demarcando os sons que ouvimos com características básicas para identificação. A altura, por exemplo, significa a variação entre sons graves e agudos. Isto é, quanto maior o número de vibrações por segundo, mais agudo apresenta-se o som. Se forem com baixas frequências e lentas vibrações, os sons são emitidos como graves. Ao mudar a altura, muda-se assim, a nota musical. Enquanto isso, a diferença da altura do som entre duas notas é o intervalo, medido conforme a distância entre os sons.
A intensidade imprime a variação entre sons fortes e fracos, segundo a amplitude da vibração, decrescendo naturalmente com a extinção da propagação. A duração é o tempo que o som emitido permanece vibrando, de longo a curto, a partir de sua ressonância, podendo ser manipulado para a formação de uma proporção e regularidade. E o timbre demonstra-se como a propriedade de cada som, permitindo identificar sua fonte sonora, seu instrumento, por exemplo. Ao ouvi-lo, podemos compreender se é de corda, sopro ou produzido por meio eletrônico.
Com o trabalho, a musicalidade humana estimulou-se pelos sons da natureza. Nas sociedades primitivas, a agricultura possuía função primordial, gerando toda a sociabilidade da comunidade. As festas e comemorações eram produzidas baseadas nas dinâmicas do plantio e colheita, mesclando músicas e danças. Desde registros arqueológicos, em pinturas e objetos, encontram-se, portanto, representações de instrumentos.
Ao explorar a voz e o corpo, os humanos atraíram-se pelas sonoridades, desenvolveram técnicas de construção de instrumentos, aprimorados com a própria evolução humana, o manuseio, tudo por meio do trabalho. Esse processo pelo trabalho evoluiu a execução dos instrumentos e suas produções.
“Vemos, pois, que a mão não é apenas o órgão do trabalho; é também produto dele. Unicamente pelo trabalho, pela adaptação a novas funções, pela transmissão hereditária do aperfeiçoamento especial assim adquirido pelos músculos e ligamentos e, num período mais amplo, também pelos ossos; unicamente pela aplicação sempre renovada dessas habilidades transmitidas a funções novas e cada vez mais complexas foi que a mão do homem atingiu esse grau de perfeição que pôde dar vida, como por artes de magia, aos quadros de Rafael, às estátuas de Thorwaldsen e à música de Paganini” (ENGELS, 1876).
Assim, mesmo que inconscientemente, os princípios acústicos sempre estiveram presentes nesta relação humana com os sons, as músicas e os instrumentos. Para melhor compreensão didática, no início do século XX, foi criada uma classificação desses princípios, chamados de idiofones, membranofones, aerofones, cordofones e eletrofones.
Os idiofones são as vibrações dos próprios instrumentos ao produzir o som, via percussão, como chocalhos e castanholas, por exemplo. Os membranofones são instrumentos que possuem membrana esticada sobre um corpo, ou seja, tambores em geral. Os aerofones como instrumentos que funcionam com o deslocamento de uma coluna de ar por meio do sopro, como a flauta. Os cordofones apresentam-se como sons produzidos por cordas esticadas sobre um corpo. Os eletrofones como instrumentos eletrônicos, surgidos no início do século XX, compostos pelos microfones ao transformarem o som em eletricidade e pelos alto-falantes, ao transformarem a eletricidade em som.
O canto
Desenvolvida, a música, além da organização dos sons, pode ser composta pelo canto, sendo expressões de emoções e sentimentos. Das mais variadas culturas, da antiguidade à contemporaneidade, os povos vocalizam seus quereres, intenções e sensações, produzidos pelas condições materiais de seu tempo.
Aos povos primitivos, a exaltação aos fenômenos e componentes da natureza, especialmente nas celebrações sazonais, pois eram os momentos de colher suas produções, seus trabalhos. O canto às crenças e às conquistas, bem como às perturbações e desalentos.
Na Grécia antiga, utilizava-se um modelo de megafone para melhor qualidade e abrangência na voz emitida. No seu teatro, os gregos cantavam nas tragédias e comédias, ampliando a voz com as máscaras integrantes dos espetáculos. Ou seja, o desenvolvimento da arte e da expressão sentimental, emergente da vida material.
Mais à frente, a partir do século XII, o canto Solista expressa-se ao público. Desdobrando-se em auges como músicas para voz e piano, como “Poeme de Baudelaire”, do compositor francês Debussy, enquanto o Coral foi realizado pela antiga Igreja Católica, especialmente com os cantos gregorianos, do papa Gregório I, nos séculos VI e VII. O Coral obtém sua grande manifestação com as peças de Johann Sebastian Bach (1684-1750), sendo um marco para a música e influência para toda a história, além das missas de Franz Schubert (1797-1828), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e Ludwig van Beethoven (1770-1827).
Outro marco histórico para o canto trata-se da Ópera, a partir dos séculos XVI e XVII, sintetizando música, canto e dramaturgia, oriunda da Itália com “L’Orfeu”, de Monteverdi (1567-1643), produto do Renascimento italiano, resultado da luta de classes de sua época, que criou a ascensão da burguesia.
Outrossim, há as demais expressões e formas de cantos, como o popular e o de tradição oral ou folclóricos, salvaguardando histórias e memórias de povos ágrafos ou semi-ágrafos, possuindo suas próprias técnicas e elevações.
Dialética da música
Da Índia a China, dos celtas aos africanos. Da Grécia a Roma, dos indígenas de todos os continentes. Assim como toda a natureza e as práticas humanas, a música processou-se e processa-se dialeticamente pela história da humanidade.
No ocidente, o salto da Idade Média é fundamental para tais movimentos. Ao seu fim, com o advento sócio-histórico do Renascimento, no século XIV, a música passou a ser tonal, ou seja, composta por duas escalas, maior e menor, em distintas alturas e tonalidades, possibilitando novos universos sonoros de melodias, ritmos e harmonias. O Barroco também explicitou crucial papel para o dinamismo da música, a partir do século XVII, onde as marcas de nações europeias fizeram-se mais fortes, como a música italiana ao predominar a melodia e a virtuosidade, enquanto na França de Luís XIV, a dança foi primordial.
Mas foi na Alemanha que manifestou-se um compositor fulcral como Bach, como uma síntese da música franco-italiana, elevando-se em conjunto o contraponto do compositor, ou seja, a técnica de combinação de sons que estabelecem a relação entre melodia e harmonia constantes e independentes.
No século XVIII, aparece outra formulação: o Classicismo, buscando negar a exacerbada emoção inflamada das músicas precedentes. As sinfonias para orquestras e as sonatas são expressões destas práticas, mas fundamentalmente da popularização da música com o poder burguesa e as derrotas do absolutismo europeu. Como resultado, um maior acesso à música e sua secularização.
Como produto dessa transição societária, Beethoven revelou-se como um grande revolucionário, no final do século XVIII a meados do XIX. A obra de Beethoven é um retrato objetivo e subjetivo de sua época: aumento de instrumentos, melhorias técnicas e de execução, popularidade, plena vida manifestada para o deleite dos homens.
A afirmação de Beethoven ser, de fato, um revolucionário é do Alan Woods, dirigente da Corrente Marxista Internacional. Em um fundamental artigo escrito por Woods, em 2006 e traduzido e publicado pelo site da Esquerda Marxista em duas partes[4], aprendemos que Beethoven provocou uma transformação radical na música moderna por ser uma composição que não acalma, mas choca e perturba, justamente por viver em um mundo de transição, entre guerras, revoluções e contrarrevoluções, bem como é o nossa atualidade.
O compositor russo Igor Stravinsky definiu Beethoven desta maneira:
“Beethoven é amigo e contemporâneo da Revolução Francesa, e ele permaneceu fiel a ela mesmo quando, durante a ditadura jacobina, humanitários com nervos fracos do tipo Schiller se afastaram dela, preferindo destruir tiranos no palco teatral com a ajuda de Beethoven, aquele gênio plebeu, que orgulhosamente deu as costas aos imperadores, príncipes e magnatas – esse é o Beethoven que amamos por seu otimismo inatacável, sua tristeza viril, pelo pathos inspirado de sua luta e por sua vontade de ferro que permitiu-lhe aproveitar o destino pela garganta ”
A transformação realizada por Beethoven é avassaladora. Até ele, embora bela, a música possuía claro agrado às classes dominantes. Depois de Beethoven, não se poderia mais cantarolar músicas agradáveis, pois as composições do alemão fizeram os exploradores tremerem de desconforto em suas cadeiras aconchegantes dos teatros europeus.
Isto porque a música de Beethoven possuía uma dinâmica diferente. Enquanto seus predecessores compunham partes quietas e altas separadamente, o revolucionário não segregava as passagens, imprimindo uma contradição não resolvida, uma tensão interior, notas que lutavam entre si para uma síntese perfeita.
Posteriormente, profundas mudanças iniciaram o século XX com as crises do capitalismo e dos Estados nacionais. Com os adventos filosóficos e desesperos burgueses, do niilismo ao existencialismo, a música também é modificada. Com romantismo intensificado, Eric Satie (1866-1925) utilizou-se do cromatismo e da música modal[5], com a melancólica “Gymnopédies”. Enquanto isso, o francês Claude Debussy (1862-1918) utilizou-se de formas diferentes, como a escala tonal, ampliando suas composições, sendo empregadas no guarda-chuva do impressionismo, ou seja, harmonias dissonantes, melodias agitadas com grandes intervalos e contrastes, destoando das harmonias dantes conhecidas.
Ao ouvir e estudar os contextos, comprovamos, assim, as intrínsecas relações dos processos históricos do século XX com a produção musical, tanto no erudito, quanto no popular, que se desprende, mas constitui-se a partir desses trilhos formados pelas mudanças ditas.
Mas e a música no Brasil?
No Brasil, o caldeirão cultural entre nativos, europeus e africanos, gerada da intensa luta entre as classes de um país colonial, sintetizou uma música de riqueza inestimável.
Das imposições da classe dominante às assimilações e mutações produzidas pelos negros escravizados e nativos indígenas, de norte a sul, do interior ao litoral, a música brasileira é constituída por influências diversas, mas emerge de maneira oficial nas localidades onde a produção econômica mercantil da colônia era intensa. Da Bahia a Pernambuco, ao Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Pará, teatros e salas de concerto apresentavam a música europeia. Nas senzalas e demais ambiente dos trabalhadores, o canto e a musicalidade popular, como a gênese do samba, eram expostos e, geralmente, reprimidos.
O ouro em Minas Gerais produziu um movimento musical intenso, em Ouro Preto e Diamantina, como centros culturais. A Escola Mineira emulava o barroco europeu, misturado com neoclássico, inspirados em Haydn e Mozart. Ao fim do ciclo mineiro, o Rio de Janeiro tornou-se o grande centro, com sociedades musicais, bandas militares e orquestras incipientes.
Portanto, vigorou no Brasil, especialmente no XIX, o Classicismo[6] e o Romantismo[LD2] [7]. Especialmente pela fuga da Coroa portuguesa para a Guanabara, em 1808, que trouxe consigo tanto a imprensa formal, quanto os demais hábitos culturais da monarquia e também da burguesia, como a música. O Rio de Janeiro transformou-se em palco de inovações estéticas classicistas.
Nesse bojo, os padres tornaram-se fundamentais para a produção musical e propagação das obras, sendo José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) considerado o primeiro grande músico brasileiro, ordenado diretamente por Dom João VI.
No pós-Independência (1822), a necessidade da consolidação do Estado brasileiro pela classe dominante produziu uma vasta obra nacionalista e de exaltação ao país. Embora com resultados belíssimos, como “O Guarani”, de Carlos Gomes, as peças expressavam a tentativa de falsear a luta de classes, o genocídio indígena e a escravização negra, elucubrando uma suposta harmonia natural existente no Brasil, acima das classes.
Após o golpe da República de 1889, aprofundou-se a construção da ideologia dominante de um Brasil em uníssono, em prol do Estado. Ao passo da utilização burguesa das artes, produções magistrais são realizadas, especialmente por Brasílio Itiberê da Cunha (1846-1919) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959), pois o mergulho concreto nas expressões folclóricas, indígenas e afro-brasileiras inaugurou uma nova etapa da produção cultural brasileira, não restringindo-se às estéticas europeias e aristocratas. Expressão máxima desse movimento é a Semana de Arte Moderna de 1922, das telas às notas.
Heitor Villa-Lobos, por sua vez, representou a música na Semana de 22 como grande manifestação da popularização da arte e em defesa dos explorados e oprimidos, iluminando suas trajetórias com potente feixe de luz. Musicalmente, Villa-Lobos trata-se da síntese entre Bach, os indígenas, os negros e os sertanejos, salientado em suas Bachianas Brasileiras.
A obra do compositor carioca pode ser vista como uma das gêneses da música popular brasileira. Sem Villa-Lobos, talvez não existissem Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto com a Bossa Nova. Nem Chico Buarque, Edu Lobo, Gilberto Gil, entre outros. O eterno movimento da vida e das circunstâncias materiais da sociedade brasileira pariram obras desses quilates.
A música, o capitalismo e nossa luta
Os inúmeros movimentos e artistas são produtos de cada período e desenvolvimento socioeconômico de seus países e do mundo. Portanto, para conhecer a música é fundamental que juventude conheça a história e o motor primordial dos processos históricos, a luta entre as classes constitutivas, até então, das sociedades.
Mas, para o completo acesso à história da música e o desfrute desta arte, como parte primordial da formação humana, é preciso a compreensão de como o modo de produção capitalista e as relações sociais que este sistema engendra, impossibilitam esses acessos.
O capitalismo em sua fase senil, como a que vivemos, é inimigo da produção artística, da valorização das melhores produções musicais, literárias, plásticas e etc. Sua indústria fonográfica, por exemplo, serve como anexo do processo alienante para a classe trabalhadora, gerando produtos de fetichização e adestramento social.
A juventude merece conhecer e apropriar-se das produções mais fabulosas já realizadas e possuir as condições materiais para compor ela mesma sua arte, não pelas imposições de um indústria que escolhe um nicho de mercado, mas pelas belezas da vida, pois não “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte” e conhecimento pleno da história da humanidade.
Para tal, é necessária nossa organização junto a classe trabalhadora, pela superação do sistema capitalista, sob a bandeira do socialismo e pela total independência da arte para a revolução, e a revolução para a total libertação da arte.
Referências
ANDRADE, Mario de. Pequena História da Música. 9ª. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1987.
BERNARDINI, Andréa. História da Música: volume único: livro do professor. Curitiba: Divulgação Cultural, 2016.
ENGELS, Friedrich. O papel do trabalho na transformação do macaco em homem. Disponível em: <https://www.marxists.org/portugues/marx/1876/mes/macaco.htm>. Acesso em: 17 mar. 2020.
[1] Naná Vasconcelos. Batuque das águas. Youtube, 2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Wqx0mScMs0Q>. Acesso em: 17 mar. 2020.
[2] Tenor é uma expressão da voz aguda masculina, mas sem realizar o falsete, já a soprano é voz aguda feminina e com o maior alcance vocal possível.
[3] Barítono é uma voz mais grave e aveludada, uma produção intermediária entre baixo e tenor. A Mezzo-soprano, por sua vez, é a voz intermediária feminina, entre soprano e contralto.
[4] WOODS, Alan. Beethoven: Homem, Compositor e Revolucionário (parte 1). Esquerda Marxista, 2020. Disponível em: <https://www.marxismo.org.br/beethoven-homem-compositor-e-revolucionario-parte-1/>. Acesso em: 14 abr. 2020 / WOODS, Alan. Beethoven: Homem, Compositor e Revolucionário (parte 2). Esquerda Marxista, 2020. Disponível em: <https://www.marxismo.org.br/beethoven-homem-compositor-e-revolucionario-parte-2/>. Acesso em: 14 abr. 2020
[5] Cromatismo é uma frase musical formada com notas da escala cromática (formada por 12 semitons). É o uso das notas cromáticas em uma composição tonal. com a intenção de gerar tensão (melódica ou harmônica) prolongando a música (desenvolvimento tonal) adiando a resolução melódica. Já música modal é música feita com o emprego dos modos (conjunto ordenado de intervalos musicais que define as relações hierárquicas entre os vários graus de uma escala correspondente). Esse tipo de música tem uma tonalidade e uma escala definidas, mas se diferencia da música tonal por não empregar as relações funcionais dessa música.
[6] Período, aproximadamente, de 1750 a 1810, concentrado na Alemanha e com inspirações da Grácia Antiga, focalizando na clareza, objetividade, simetria e elegância, o que, alguns críticos de música, dizem ter transformado a Música em uma Arte mais “fácil” de ser consumida, neste momento histórico.
[7] Predominante no século XIX, tem, por alguns historiadores, seu início com a Sinfonia n° 3 (Eroica) de Beethoven, de 1804, como fim do Classicismo. Suas influências são da estética do romantismo, tanto da Literatura, da Filosofia e das Artes Plásticas. Para esses artistas, as verdades não são óbvias e que algumas realidades só são captadas pela emoção, sentimento e empiria, exacerbando o sentimento nas músicas, com forças e choques expressos nas obras, ao contrário do Classicismo, que era objetivo e claro em sua mensagem.