Liberdade e Luta nas ruas para derrubar Temer e o Congresso Nacional

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A Liberdade e Luta está intervindo nas lutas diárias da juventude e da classe operária desde a sua fundação. Agora, estamos participando nos protestos de rua que estão ocorrendo pelo #ForaTemer e suas contrarreformas. Saiba como lutando em cada local onde nos organizamos.

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Nascida em janeiro deste ano, a Liberdade e Luta fez parte de importantes lutas desde os primeiros dias de sua existência. Participamos das manifestações, duramente reprimidas nas principais cidades, contra o aumento da tarifa do transporte público no início do ano. Nos unimos aos estudantes que ocuparam suas escolas em mais de 3 estados, e criamos uma campanha nacional contra a Lei da Mordaça criada pela ONG Escola Sem Partido. Participamos das lutas que derrubaram essa lei retrógrada em Campo Grande, e ainda a combatemos no resto do país. Nossas lutas diárias em defesa da juventude e da classe operária permanece e, agora, estamos nas ruas lutando pelo Fora Temer e o Congresso Nacional.

Com a aprovação do impeachment de Dilma, no dia 31/8, manifestações estouraram pelo país. Dos desanimados e apáticos atos “Volta Dilma”, vimos uma camada da sociedade disposta a lutar contra o atual e impopular governo. De todas as palavras de ordem, existia um grito que unificava todos que saíam às ruas, era o grito do Fora Temer! 

Os atos na semana do dia 31 de agosto se espalharam pelas principais cidades do país, começaram mais tímidos e sofreram com a repressão violenta da Polícia Militar. Até que, em São Paulo, no dia 4 de setembro cerca de 100 mil pessoas ocuparam a Paulista e marcharam até o Largo da Batata. Foram quase 6 Km de caminhada, com a presença de jovens e adultos, todos dispostos a enfrentar o governo de Michel Temer e seus ataques anunciados. O desenvolvimento da luta de classes na última semana evidenciou o que afirmamos em alguns artigos anteriores (leia aqui), a instabilidade e a imprevisibilidade são  as marcas da atual situação política.  

O governo Temer no seu primeiro anúncio já expôs que veio para atender aos desejos da classe dominante. Sua missão é fazer com que os trabalhadores e jovens paguem pela crise, sofrendo com o desemprego, aumento da jornada de trabalho,  elevação da idade mínima para aposentadoria, cortes nos recursos de saúde, educação, etc. 

Os enfrentamentos ao governo Temer são contra a burguesia. Na guerra aos senhores, nós estamos ao lado dos trabalhadores. Foi para combater esse governo e suas ameaças que saímos às ruas. A Liberdade e Luta esteve presente nos atos em Joinville, Florianópolis, Curitiba, Bauru, Campinas, Caieiras, Itatiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza e Salvador. 

Em Florianópolis um ato com 20 mil foi reprimido pela PM ao fechar o acesso à ponte Campos Salles. Em todos esses atos militantes e apoiadores que participaram, distribuíram panfletos, e dialogaram com jovens querendo discutir política ou se organizar para lutar por seus direitos. Nossos camaradas de cidades próximas de São Paulo (Campinas, Caieiras e Itatiba), estiveram na capital na maioria dos atos formando um bloco combativo.

Liberdade e Luta na assembleia com mais de 20 mil pessoas em São Paulo

Na tarde de 7 de setembro, um ato semi-espontâneo tomou as ruas da capital paulista e deu um recado para a população: a violência não vem daqueles que se manifestam. 

Esse protesto foi convocado por uma página do Facebook chamada “Periferia Revolucionária”. As pessoas começaram a aglomerar na Praça da Sé e pouco depois da hora marcada para iniciar o ato, o local se encontrava repleto de independentes e grupos menores. Na maioria, os presentes eram jovens, ávidos por discutir política. Passar alguns minutos na praça já foram suficientes para ser contagiado pelo entusiasmo dosmanifestantes. 

Todos se reuniram em assembleia, votaram por ir até a Paulista e decidiram que a faixa da Liberdade e Luta seria a frente do ato. A passeata subiu a Brigadeiro ao som de “Ai… ai, ai, ai… Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai… Se empurrar o Temer cai” e, não menos importante, “Que coincidência, não tem polícia, não tem violência!”. Algumas motos da PM apareceram para fechar algumas vias, mas não era o mesmo aparato policial dos atos anteriores ou o ostensivo aparato que acompanhou o ato do dia seguinte, que foi até a casa de Michel Temer.

Na Avenida Paulista duas assembleias foram realizadas. A primeira, no MASP, decidiu continuar até o Escritorio da Presidência da República, e a segunda, decidiu continuar até a Praça da República e votou por realizar um novo ato no dia 11/9 às 16h no MASP. O protesto seguiu tranquilo até o destino final e fechou com um jogral que reafirmou os encaminhamentos votados anteriormente. 

 

Apesar de uma cobertura de vários canais de imprensa, esse ato não ganhou capa de jornal ou destaque na maioria das mídias. E onde ganhou, como na Mídia Ninja, a Liberdade e Luta desapareceu na edição e o ato parecia formado apenas por black blocs mascarados.

Na grande imprensa, a manifestação virou mais uma das várias ocorridas no 7 de setembro pelo país. Por mais que esse ato não tenha sido o maior ocorrido no dia, ele foi foi um exemplo prático de que a brutalidade, a violência, a ignorância vem da PM e da burguesia. Mostrar isso é perigoso, já que pode incentivar os que ainda estão indecisos em participar dos protestos a aderirem ao movimento. 

Os jovens e adultos das mais variadas idades que gritaram “Fora Temer” no dia 7 deram um brilhante exemplo ao mostrar a disposição de luta e da sua capacidade de organização.

Liberdade para lutar

pmrepreA democracia burguesa é uma ditadura de classe, sempre disposta a usar da violência quando seus interesses econômicos são ameaçados. Ela não hesitou em usar assim que o impeachment foi concretizado e feriu dezenas de manifestantes, chegando a fazer uma ativista perder a visão de um olho ao ser atingida por estilhaços de bomba da polícia. A PM começa a agir como no filme Minority Report e prende aqueles que ela acha que irão cometer crimes.  E fazem “melhor”, pois prendem e arrumam provas para incriminar o seu alvo. 

Nos dias 2 e 4/9, prenderam um total de 26 jovens, que se encontraram no Centro Cultural São Paulo para irem ao protesto juntos, entre eles 5 menores de idade e, curiosamente, um capitão do exército, Willian Pina Botelho, que, obviamente não foi levado para a mesma delegacia dos demais jovens detidos. Eles só foram soltos através de pressão popular.

Após o dia 4/9, a burguesia desesperada se viu em mais um dilema: reprimir ou não reprimir? E para evitar que suas bombas e cacetadas criassem um novo junho de 2013, decidiram acalmar os ânimos. Nos últimos atos começaram a prender manifestantes de maneira isolada e, curiosamente, acertam em cheio quais são os que carregam “objetos perigosos”. Não podemos ser ingênuos, assim como em junho de 2013, há policiais infiltrados entre os manifestantes. 

Generalizada ou isolada, a repressão serve bem à burguesia. As manchetes dos jornais exibem com letras garrafais “Confusão”, “Depredação”, “Black Bolcs”, e nas TVs, vemos fogo, pessoas sendo levadas pela PM, imagens que representam mais confusão. 

Tentam nos convencer de que a polícia existe para nos proteger, o que é uma mentira. A polícia é um aparato do estado burguês e serve para proteger esse estado. Sua prioridade não é a segurança das pessoas, mas sim, da propriedade privada. A realidade nas periferias das grandes cidades do país e o papel que ela desempenha nas manifestações de movimentos sociais só tornam isso mais evidente. Somente o povo pode garantir a sua própria segurança criando comitês de autodefesa. Por isso gritamos “Não acabou, tem que acabar. Eu quero o fim da Polícia Militar”.

Lutar pela liberdade

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O nome Liberdade e Luta não surgiu pelo acaso. Além de ser uma homenagem ao que foi essa organização na década de 70, que lutou contra a ditadura e foi referência para a juventude de sua época, as palavras Liberdade e Luta estão intimamente ligadas ao período histórico que estamos vivendo. A juventude consciente que vai para as ruas, que se manifesta, que é reprimida e se indigna, é o exemplo vivo disso.

Em cada ato, atividade ou debate, surgem novas caras, com seus olhares atentos, querendo compreender tudo o que está acontecendo para poder mudar a realidade. Essa juventude não sabe ainda como mudar o mundo, mas sabe que é necessário e fará o que for preciso para transformá-lo. Mas os jovens precisam das ideias corretas, das ideias socialistas, para guiá-los de maneira acertada no dia-a-dia até a derrubada desse sistema. 

A Liberdade e Luta surge com esse propósito. Mostrar que é possível e ajudar a abrir o caminho para construir a sociedade socialista. Para fazer parte disso, chamamos cada jovem, estudante, trabalhador, para se juntarem a nós nesse combate. O combate por um mundo novo.

Das muitas músicas que surgem a cada ato, vale destacar uma que pode nos ensinar muito, já que “pra nossa vida melhorar, devemos nos organizar. E se o povo se unir. O Michel Temer vai cair, vai cair. O Michel Temer vai cair, vai cair”. Podemos substituir, na canção, Michel Temer por capitalismo. O fim será o mesmo.   

Fora Temer e o Congresso Nacional!
Assembleia Popular Nacional Constituinte!
Por um Governo dos Trabalhadores!

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