Queimadas no Pantanal: não existe capitalismo verde!
O Brasil mais uma vez volta a passar por mais uma situação de calamidade ambiental pelas queimadas, dessa vez, com situação mais urgente no Pantanal.
Mesmo que a Amazônia possua 7,6 mil focos de queimada, o que é considerado um recorde para qualquer mês desde o início do monitoramento em 1998 segundo o Inpe, a situação no Pantanal também apresenta uma grande preocupação.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi registrada no Pantanal a maior quantidade de focos de incêndios desde 1998 – 3.179 focos entre janeiro e julho deste ano, só no estado do Mato Grosso do Sul. Os incêndios são de origem criminosa, pela mão do agronegócio, com principal suspeita de cinco grandes fazendeiros e outros causados por fatores climáticos. O fogo chegou a tomar dois milhões de hectares, uma área equivalente a dez vezes os territórios dos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro juntos, segundo o Ibama.
Diante disso, surgem relatos dramáticos de morte por asfixia de animais selvagens como antas, capivara, cobras, aves e veados que não conseguem escapar à tempo da fumaça, além de onças e outros animais feridos e tantos outros agora sem seu habitat original, sem contar a perda para flora e funga[1], importantes elementos do ecossistema.
O resgate desses animais em sua maioria está sendo feito por ONGs de proteção aos animais, profissionais de biologia e veterinária, que com ajuda de donos de pousadas locais, não medem esforços para salvar a vida desses animais nesse cenário desolador. Por outro lado, é importante lembrar da perseguição de Bolsonaro às ONGs e ambientalistas durante seu governo, as reduções do orçamento do IBAMA para combate às queimadas e meio-ambiente. Neste momento, inclusive, Bolsonaro dá risadas ao ser questionado das queimadas do Pantanal, demonstrando o quão asqueroso é o seu governo.
A fumaça dos incêndios pôde também ser vista em outros estados, como em Santa Catarina, onde o amanhecer e entardecer apresentaram tons avermelhados pela foligem levada pelo vento. Mas mesmo com todas essas evidências, o governo Bolsonaro, o ministro do ‘fim do meio ambiente’, Ricardo Salles, e Mourão continuam com uma política negacionista e obscurantista, além de compartilharem vídeo tentando convencer a população de que os incêndios não estão ocorrendo. Vale lembrar que o grupelho utilizou imagens mentirosas no vídeo que não condizem com a realidade dos ambientes florestais.
Os grandes fazendeiros e capitalistas do agronegócio são os grandes culpados da destruição do meio ambiente, com apoio do governo podre. Os dados evidenciam a política de subordinação do governo Bolsonaro ao capital, que permite que o país tenha números recordes de desmatamento e queimadas em favor do capitalismo, cuja base econômica depende da exploração desenfreada de recursos naturais para obtenção do lucro.
A resposta para este cenário está nos movimentos da classe trabalhadora e da juventude, denunciando as mazelas do capitalismo e lutando por uma nova sociedade. É isso que vimos nos protestos de 2019 ao redor do mundo, onde a juventude tomou a frente do movimento contra as mudanças climáticas e em defesa da Amazônia, denunciando o descaso dos estadistas e chamando a atenção do mundo inteiro para esse tema tão sério.
Mesmo que em 2019 jovens e trabalhadores tenham ocupado as ruas, atrocidades como estas continuam ocorrendo, um sistema que destrói florestas para manter os lucros dos burgueses jamais garantirá a preservação da fauna e flora do mundo inteiro. O capitalismo não pode ser reformado, precisa ser destruído, as queimadas recentes no Pantanal deixam isso claro!
É necessário se radicalizar! Lutar pela derrubada do Governo Bolsonaro, construir um governo dos trabalhadores, sem patrões nem generais! Pelo socialismo, por uma economia planificada, onde se produza conforme as necessidades humanas, com respeito à natureza e não ao lucro das minorias parasitárias!
[1] Plantas e fungos