RELATOS DA LINHA DE FRENTE: GREVE NAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS FEDERAIS. ENVIE SEU RELATO!

 Desde o dia 28 de março, professores e funcionários técnicos-administrativos deflagraram greves em universidades e institutos federais. As pautas envolvem centralmente o reajuste de salários e reformulação das carreiras. Estamos apoiando as demandas dos trabalhadores da educação e explicando a necessidade de exigir do governo Lula a ruptura do pagamento da dívida, interna e externa. O governo diz que não há dinheiro para o reajuste, mas cerca de 47% do Orçamento de 2024 está sendo usado para pagar os juros dessa dívida fraudulenta! Reunimos aqui relatos da linha de frente sobre a situação da greve estudantil em alguns institutos e universidades federais. Você é estudante em uma universidade ou instituto federal em greve? Envie-nos o seu relato clicando no banner abaixo!

“A greve dos Institutos Federais vem se agravando desde de março de 2024. A comunidade do campus Pirituba entrou na luta em 3 de abril e, desde então, o Campus se encontra mobilizado. Atividades e assembleias são organizadas pelo comando de greve e organizações de base. Nos últimos dias, percebemos a desmobilização dos estudantes, que ocorre por falta de organização do comando de greve. É necessário buscar dialogar com a maioria, explicando as pautas da greve e levantando as demandas dos estudantes, dando força para o movimento.”

 Isadora Sacconni, estudante de logística do IFSP Pirituba

No Instituto Federal Catarinense (IFC), a greve foi iniciada seguindo o calendário nacional, no dia 03 de abril. O SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) está dividido entre 5 seções sindicais (Litoral, Alto Vale, Concórdia, Santa Rosa do Sul e Videira), das quais 4 aderiram à greve, o que demonstra bastante disposição de luta. Nesse quadro, o IFC tem 11 campi em greve, a reitoria com algum cenário de greve e 4 campi em ‘estado de greve’. De forma geral, a mobilização em cada uma das 12 unidades paralisadas é bastante desigual em termos de adesão, com campi em que alguns cursos paralisaram todas as atividades logo nos primeiros dias da greve e outros que seguem as aulas. Esse cenário se mostra quando também são comparados os campi, em que alguns paralisaram praticamente todas as atividades, mantendo apenas as essenciais, e outros em que tanto técnicos como docentes seguem trabalhando em situação de quase normalidade. A adesão ainda está crescendo, 8 campi já suspenderam parcial ou totalmente as suas atividades, porém, há diferenças de adesão entre docentes e técnicos a depender de cada unidade.”

Luiz Devegilli, professor de sociologia do IFC

Na UFPR e UTFPR, técnicos e professores estão em greve. Na UFPR, os estudantes, sem o DCE (Diretório Central dos Estudantes), aprovaram greve estudantil em uma assembleia com cerca de 500 estudantes. Na UTFPR isso ainda não ocorreu. A greve está bastante dividida. Existem departamentos que pararam e outros que continuam funcionando. Existem diversas atividades ocorrendo na universidade, mas na grande maioria difusas e isoladas.”

Renato Vivan, dirigente da Organização Comunista Internacionalista no Paraná

Na UFSM foi aprovado, por maioria absoluta, a greve dos professores pela SEDUFSM (Seção Sindical dos Docentes da UFSM), que começou na semana passada. Os professores estão bem divididos, com alguns aderindo e outros não. Com isso, há algumas discussões com os estudantes e o DCE sobre formar uma greve estudantil, principalmente, para impedir o aumento no preço do RU.”

Felipe Ottoni, estudante de relações internacionais da UFSM

Como é possível perceber nos relatos acima, existe um grande potencial e disposição de luta, mas é necessário unificar as categorias e os estudantes em um movimento nacional. Os estudantes precisam apoiar os servidores em suas demandas e organizar a greve estudantil. É necessário reunir outros estudantes que queiram articular a greve em seu campus e realizar conversas, pressionar a direção estudantil imediata pela convocação de assembleias de base. Onde não há direção estudantil eleita ou entidade estudantil construída é necessário agrupar os estudantes interessados para discutir a greve dos servidores e organizar ações de apoio. Use o panfleto elaborado pela Juventude Comunista Internacionalista para organizar essas ações e promover o debate político sobre a greve e o apoio estudantil.

Nossa posição é de que os estudantes levantem a bandeira da unidade e da aliança operário-estudantil apoiando as demandas dos servidores. Suas demandas afetam diretamente a vida estudantil. A falta de reajuste leva a evasão de docentes e técnicos, com isso ficamos sem aula, sem acesso a laboratórios.

UNE (União Nacional dos Estudantes), a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e a ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos) bem como os Sindicatos e Centrais Sindicais, têm total responsabilidade de dar um caráter nacional à luta dos trabalhadores da educação e dos estudantes, garantindo a unidade na greve e exigindo do governo Lula que rompa com o pagamento da dívida pública para colocar todo o dinheiro necessário na educação pública, gratuita e para todos.

Estamos abrindo um canal de denúncias e relatos das condições e da situação da greve estudantil das Universidades e Institutos Federais! Envie seu relato, sua denúncia, seu desabafo, sua crítica clicando no banner abaixo!

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