Resposta à CATVE e seu programa EPC: NÃO À PEC 206! JUSTIÇA PARA GENIVALDO! E FORA BOLSONARO!
No dia e na semana em que o governo federal e seus aliados no Congresso buscavam emplacar e aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 206, para permitir a cobrança de mensalidades em universidades públicas, estudantes da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste Paranaense) em Toledo tomaram a iniciativa de estender, no espaço do DCE (Diretório Central dos Estudantes), uma faixa com os dizeres “FORA BOLSONARO”, que foi retirada no dia seguinte. Há a suspeita, levantada por alguns acadêmicos, de que tal retirada seja obra de bolsonaristas que sequer possuem vínculo com a instituição, mas que parecem visitá-la com certa frequência para “policiá-la”.
Na mesma semana, exatamente no dia em que policiais rodoviários federais (fascistas) torturaram e assassinaram covardemente um trabalhador detido numa blitz em Sergipe, por estar sem capacete (pois somente Bolsonaro e seus colegas podem andar sem capacete na garupa de motos da PRF ou com esta lhe escoltando), internautas anônimos cobraram de uma emissora regional de televisão (CATVE, afiliada à TV Cultura) que exigisse saber, por meio da diretoria do campus, “quem são os radicais na universidade” responsáveis pela pichação na porta do DCE com os dizeres “morte aos fascistas”. Pichação, diga-se de passagem, feita de 8 a 10 anos atrás, mas que somente agora teria “chamado a atenção da comunidade local”! A ironia disso tudo é que grupos de extrema direita, que vivem ameaçando de morte minorias e opositores, se sentiram “ameaçados” e cobram atitudes mais severas da direção da Unioeste contra tais “radicais”. (link da matéria da CATVE: Pichação em porta de universidade em Toledo pede “morte aos fascistas” (catve.com))
O fato da equipe da CATVE ter se locomovido de Cascavel a Toledo para denunciar supostas “ameaças a fascistas”, realizadas há pelo menos oito anos, soa um tanto quanto “estranho”, parecendo revelar uma preocupação da emissora em criar fato político distorcido e proteger tais grupos existentes na região, valendo-se de suas “denúncias” para criminalizar o movimento estudantil da universidade. Algo que fica evidente em sua matéria e nos comentários do programa EPC (Esporte, Política e Cidadania), que ocultam fatos buscando acusar os estudantes de vandalismo, exigindo que a direção do campus identifique os responsáveis para que tome providências (link do programa do dia 25/05/2022: Facebook Live, minutos 37-39).
Mas, deixando as manipulações da CATVE e da “comunidade policialesca local” de lado, falemos do espaço onde a polêmica desta história teve sua origem. Atualmente, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) de Toledo não possui diretoria formalizada. Apenas alguns CAs (Centros Acadêmicos, que representam cursos específicos) parecem estar em atividade. Recentemente, os estudantes perderam o espaço do antigo DCE, devido a uma “reforma arquitetônica na universidade”, sendo esse transferido para o ELFO – Espaço de Livre Fomentação Estudantil, como foi batizado pelos próprios estudantes na época da conquista do espaço.
O ELFO, que possuía literalmente sua história nas paredes, contando com a manifestação estética, poética e filosófica de estudantes que passaram pela Unioeste, foi afetado, há poucos anos, pela “denúncia” de uma estudante bolsonarista, que teria se horrorizado com uma “frase obscena” em meio ao universo de expressões estéticas e caóticas que cobriam as paredes do chão ao teto. A direção do campus, para “evitar confusão”, decidiu pintar todo o espaço de uma só cor, apagando a história de toda uma geração que passou por aquele espaço.
Abaixo estão algumas fotos do ELFO antes da primeira “denúncia por atentado à moral e aos bons costumes”, feita pelos grupos bolsonaristas que policiam o DCE e o movimento estudantil da Unioeste em Toledo. A pichação “morte aos fascistas” seria o que faltava apagar de tudo o que já havia sido apagado, sendo usada pelos grupos policialescos da universidade e pela CATVE para ocultar e, ao mesmo tempo, perseguir a luta dos estudantes contra a PEC 206, os cortes na Educação e o governo Bolsonaro.
Ao movimento estudantil da Unioeste
Não é a primeira vez que o movimento é perseguido por grupos fascistas ou imprensa local, como também não será a última. Todavia, o problema mais grave é que o movimento estudantil da Unioeste, não somente em Toledo, como nos demais campi, foi, sobretudo neste último período, incapaz de dar resposta à altura para a situação provocada por tais grupos, resultando em perda de espaços para a discussão política no interior da Universidade e na completa desmobilização, paralisia e silenciamento das entidades estudantis. Nunca uma organização independente, combativa e direta do movimento estudantil, liberta das amarras da burocracia universitária, se mostrou tão necessária e urgente como agora.
NÃO À PEC 206! NÃO À COBRANÇA DE MENSALIDADES EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS!
POR UMA EDUCAÇÃO E ENSINO PÚBLICO GRATUITOS, DE QUALIDADE E PARA TODOS!
ABAIXO O GOVERNO BOLSONARO E A VIOLÊNCIA POLICIAL!
JUSTIÇA POR GENIVALDO!
EM DEFESA DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS!
ABAIXO O POLICIAMENTO FASCISTA NO INTERIOR DAS UNIVERSIDADES!
NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL!
PELA ORGANIZAÇÃO LIVRE E DIRETA DOS TRABALHADORES E DA JUVENTUDE!