Vibrante ato no RJ pela liberdade de Rafael Braga
Dia 4 de maio, no Rio de Janeiro, centenas de manifestantes foram às ruas denunciar a condenação de Rafael Braga, preso em 2013 num dos casos mais absurdos de perseguição aos movimentos sociais, condenado por portar produto de limpeza durante manifestações de junho daquele ano, considerado pelo juiz como material explosivo, contrariando até mesmo a perícia da Polícia Civil. Rafael foi preso e condenado novamente neste ano, por “tráfico de drogas e associação ao crime organizado”. A acusação levou em consideração tão somente a declaração de policiais militares da UPP local, ignorando a versão de Rafael e de testemunhas, que viram tudo e desmentiram a versão da polícia que, segundo eles, forjou o flagrante. Ou seja, não satisfeitos em punir Rafael por crimes que ele jamais cometeu, a Justiça está empenhada em desmoralizar o jovem, e incriminá-lo a qualquer custo.
A manifestação se concentrou em frente ao Tribunal de Justiça e depois seguiu em passeata pela Cinelândia, até a Lapa. O ato contou com as principais organizações políticas dos trabalhadores e da juventude, com parlamentares de partidos de esquerda e com marcante presença de numerosas organizações e militantes do movimento negro que estão combatendo de forma incansável a perseguição do Estado contra esse jovem negro, trabalhador e morador de rua.
O Movimento Negro Socialista – MNS se fez presente prestando sua solidariedade a Rafael e convoca seus apoiadores a divulgar e participar dessa importante campanha por sua liberdade, que seguirá com atividades públicas organizadas pelo Comitê da Campanha. Nossa denúncia é contra o racismo do Estado capitalista que criminaliza pobres, negros e aqueles que ousam se levantar contra a continuidade da opressão e a exploração.
Defender Rafael Braga é defender a nossa liberdade de ir às ruas para gritar Fora Temer, Fora Pezão, Fora Doria e os demais lacaios do capital, junto com o Congresso Nacional. A centralidade dessa campanha é combater a repressão contra todos que hoje ousam se levantar contra a Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência e em defesa das liberdades democráticas. A mesma polícia que prendeu Rafael Braga reprimiu de forma brutal os manifestantes da Greve Geral no Rio de Janeiro, prendeu três companheiros do MTST em São Paulo, golpeou a cabeça do jovem em Goiás e aponta fuzil contra os moradores das favelas e os bairros operários das grandes cidades.
A bandeira pela libertação de Rafael Braga precisa ser levantada por todos nós, junto com a bandeira de Abaixo a Repressão. E deve ter lugar na campanha pela sua libertação (e também no Comitê) para todos aqueles que lutam pela igualdade, contra o racismo, mas também em defesa das poucas liberdades democráticas que conquistamos até hoje, independente desses companheiros militantes e ativistas serem negros ou não.
Devemos impulsionar uma campanha a mais ampla possível, que não se restrinja ao Rio de Janeiro, mas que ganhe a dimensão nacional, de todas as entidades sindicais, estudantis, populares e democráticas. A unidade dos trabalhadores e da juventude contra a burguesia é nossa arma mais forte nesse momento. Ela é a certeza, hoje, de que é possível construir uma sociedade de igualdade, fraternidade e cooperação amanhã, em que o passo necessário agora é arrancar o poder das mãos dos antigos “senhores” e tomá-lo em nossas mãos. O lema dos Panteras Negras nunca esteve tão atual: Todo poder para o povo!
Pela liberdade de Rafael Braga!
Contra o massacre da juventude negra!
Contra o racismo e contra o capitalismo!
*Felipe Araujo, coordenador do Movimento Negro Socialista e militante da Liberdade e Luta no Rio de Janeiro