Projeto de Sucateamento da Rede Federal de Ensino
Atualmente são frequentes as notícias sobre o descaso com a educação no Brasil, entretanto, isso não é nenhuma novidade e nem exclusividade do governo Bolsonaro. Em 2015, no governo Dilma, foi imposto um dos maiores cortes onde mais de 9 bilhões do orçamento para educação foram bloqueados. Já no governo Temer, foi realizada a famosa PEC 241, ou PEC do Teto, onde previa o congelamento das verbas para a rede pública de educação durante 20 anos a partir de 2017.
Por conta da PEC, os alunos da rede pública se mobilizaram em todo o país e promoveram ocupações em suas escolas como forma de protesto contra o congelamento de gastos. No norte de Santa Catarina, em Araquari, os alunos se organizaram dentro do Instituto Federal Catarinense durante 30 dias de ocupação, promovendo atividades, dividindo tarefas de todos os setores e sem abrir mão também das manifestações de ruas. Ao todo foram desenvolvidas 104 atividades com ajuda também de membros da comunidade e professores. (link para o vídeo sobre a ocupação do IFC Araquari).
Agora no governo Bolsonaro fica claro que a educação, ciência e saúde não são prioridades: os investimentos em educação caíram 8%; em pesquisa, ciência e informação caíram 27%; em saúde 12%; mas as forças armadas receberam um investimento a mais de 16%, prioridades de Jair Bolsonaro. Os reflexos dessa redução de verbas começaram a se dar logo no fim de 2019, onde as escolas precisaram diminuir gastos, dispensando funcionários terceirizados, por exemplo, economizar energia elétrica comprometendo a qualidade do aprendizado e, a maior perda, redução em bolsas de pesquisa e extensão. Agora em 2021, por exemplo, mais de um ano de pandemia, crise de saúde pública, a maior fonte de introdução a pesquisas e ciências nas universidades, o CNPq, só conseguirá arcar com 13% das bolsas no edital deste semestre.
Bolsonaro também aprovou mais um corte de 41 milhões de reais, o que implica limitar o funcionamento de grandes universidades federais até julho, como UFRJ e UFBA, se os cortes não forem revogados. Além do descaso com a universidade, os alunos e a ciência, a paralisação dessas universidades também acarreta no hospital universitário da UFRJ, da biblioteca, dos museus e dos laboratórios, já que a verba não será suficiente nem para manter as contas de água e luz dos prédios.
Mesmo diante a todos os ataques de Jair Bolsonaro, a Universidade Federal do Paraná, desenvolveu uma vacina para a Covid-19 onde a previsão é encerrar a fase de testes ainda em 2021 e, caso seja aprovada, estar disponível para a população em 2022. É isso que o ex-ministro Abraham Weintraub chamou de “balbúrdia”?
Outro setor que lucra com os fins de grandes universidades públicas são os conglomerados educacionais, bilionários da rede de escolas e universidades particulares. O que esses grandes empresários fazem, é não cobrar uma fortuna por mensalidade, para que o indivíduo tenha condição de pagar por aquele curso, mas ao mesmo tempo proporcionam um ensino inferior ao da universidade pública e sem grande apoio ao desenvolvimento da ciência.
Não há outra alternativa senão o Fora Bolsonaro. A pressão popular do movimento estudantil e operário é mais que necessária, a organização da classe é essencial e urgente, os ataques à educação não são por acaso, é projeto de governo! E faz parte de um efeito dominó que já está rolando.
Como estudante do IFC, convido os estudantes do nosso instituto a participar da Plenária da Liberdade e Luta pela Aliança Operário-Estudantil, que acontecerá no dia 29/05, às 15h, e da refundação do Núcleo Liberdade e Luta Udesc/Univille, no dia 19/06, às 18h, onde poderemos também impulsionar a formação de um núcleo de luta estudantil e revolucionária no IFC-Araquari. Para participar de ambas as atividades, peça o link em nossa página.
Assine também a convocatória para o Encontro Nacional de Luta: Abaixo o Governo Bolsonaro! Por um Governo dos Trabalhadores, sem patrões nem generais! Esta convocatória já possui mais de mil signatários que participarão da atividade online no dia 10/07! Clique aqui e assine também!
Bruna Löeffler é estudante de Técnica em Agropecuária no IFC Araquari-SC