Que futuro para a Juventude?
O Capitalismo, já nos primeiros meses de 2022, demonstra que perspectiva de futuro oferece para a juventude do mundo. O otimismo com o avanço da vacinação contra a COVID19, a esperança de reencontros, da reabertura dos bares, casas noturnas, comércio, e criação de empregos, é confrontado com a podridão da sociedade vigente, que alimenta e prolonga suas próprias crises, incapaz de salvar-se de si mesma, ameaçando o futuro da humanidade.
A ganância dos capitalistas deixa desamparada a população dos países que não podem pagar as grandes corporações, que estão menos preocupadas com as estatísticas de morte do que com a margem de lucro com a venda das vacinas. Ao mesmo tempo, mesmo nos países capitalistas “desenvolvidos”, houve manifestações de alguns milhares contra as poucas medidas que os governos tomam para evitar a propagação das mutações do vírus. O imperialismo decadente, incapaz de morder, late, provocando seus adversários à guerra.
Nesse contexto, fica difícil para a juventude olhar para o futuro com otimismo e fé na recuperação econômica do capitalismo. Mesmo que uma recuperação insegura se apresente, os anos de pandemia surtem efeito sobre a consciência dos jovens, como as grandes guerras e pandemias do passado. Durante a crise a classe dominante expôs sua moralidade podre, sua desumanidade, sua indiferença – os jovens e trabalhadores que pagaram as consequências com perda de renda, com desemprego, quando não com as próprias vidas, obrigados a trabalhar expostos ao vírus, para manter os lucros dos capitalistas.
Não à toa, a imprensa capitalista fala cada vez mais nos cidadãos que não trabalham nem procuram mais emprego, 4,8 milhões de brasileiros, segundo os últimos dados do IBGE. Este é um claro sintoma da falta de oportunidades na sociedade capitalista e, ao mesmo tempo, da descrença nessa sociedade. No Brasil, há mais de 12,9 milhões de desempregados oficiais, e o Banco Central prevê que, pelo menos até 2025, a taxa de desemprego continue acima de 10%. No mundo, segundo a OIT, 1 a cada 6 jovens deixou de trabalhar durante a pandemia, e já somam uma força de 67,9 milhões.
Entre os jovens desalentados, desempregados, e muitos daqueles que têm sido forçados a trabalhar sob condições desgastantes, não somente o vírus ameaça sua saúde e vida, como também a ansiedade, a depressão, e demais consequências psicológicas dos males que o capitalismo preserva. Hipocritamente, a mídia burguesa fala cada vez mais em saúde mental, e há uma campanha de incentivo ao bem-estar, à terapia, ao misticismo espiritual, ao encontro com a natureza e com seu interior, ou seja, com seu individualismo; como saída para ignorar os problemas que afetam os coletivos da classe trabalhadora na sociedade capitalista. Nada a sociedade capitalista oferece ao jovem que não pode pagar por sua terapia e medicamentos, muito menos oferece emprego e renda para quem precisa.
Essa geração que começa a procurar trabalho e formar-se profissionalmente, entre o início da crise em 2008 e a pandemia de COVID19, viu na prática como todas as promessas de um futuro no capitalismo eram falsas. Esses jovens, camaradas, mal tiveram a oportunidade de desenvolver ou de colocar em prática suas qualidades profissionais. Muitas das profissões que almejaram, e que são importantes para a humanidade, foram desvalorizadas.
O “mercado de trabalho” exige, da juventude, experiência, ao mesmo tempo que não oferece nenhuma. Nos locais de trabalho, jovens produzem, exaustivamente, por dois ou mais, pois os capitalistas não se importam de utilizar a vitalidade da juventude até a exaustão, causando sequelas físicas e psicológicas. Para eles, que um trabalhe, e que dois, três ou mais, fiquem na reserva para ocupar o seu lugar quando não aguentar mais.
Em períodos como esse, quando a sociedade vigente demonstra toda sua podridão, e quando a perspectiva de futuro é sombria para a juventude, mais pessoas buscam entender o porquê estão passando por tanto sofrimento e buscam ideias revolucionárias para mudar a vida. Porque a juventude tem a vitalidade e, ao mesmo tempo, não carrega o peso dos erros e derrotas do passado, e tem o futuro todo pela frente para lutar. A grande revolucionária e marxista alemã, Rosa Luxemburgo, já entregou a sentença há 1 século atrás. O tempo não fez menos do que tornar uma verdade ainda mais imperativa a sentença: socialismo ou barbárie!