UnB: Basta de abusos e assédios! Abaixo ao machismo e a podridão capitalista!
Dia 07 de junho, segundo dia de aulas presenciais na Universidade de Brasília (UnB) após um longo período em isolamento. Ao utilizar um dos banheiros do Instituto Central de Ciências (ICC), uma aluna do curso de Serviço Social percebe que está tendo sua privacidade violada ao ser filmada e fotografada por um homem sem sua autorização. Ao buscar ajuda por meio da equipe da segurança, é recebida com a frase “mais um (caso), bem-vinda à UnB”. A estudante só conseguiu ser amparada quando um professor foi até o posto de segurança exigir que medidas fossem tomadas, as câmeras de segurança observadas e informações buscadas.
No dia 05 de julho, um novo episódio de assédio sexual aconteceu por volta das 21h no banheiro masculino da Faculdade de Educação (FE). Dessa vez um rapaz invadiu o banheiro com as calças abaixadas, mas a vítima conseguiu se defender e evitar o pior. Ela acionou a segurança, que prestou atendimento, mas o indivíduo não foi encontrado.
No dia 08 de julho uma estudante foi estuprada dentro do campus da UnB por volta das 20h após sair do Restaurante Universitário. A vítima, de 19 anos, foi rendida com um canivete e a abordagem ocorreu em um “ponto cego” e de pouco movimento. Três estudantes passaram pelo local, o que obrigou o agressor a interromper o abuso, mas ele encostou o canivete na barriga da vítima para a impedir de gritar ou pedir socorro.
Casos como esses têm sido recorrentes e mostram que a liberdade das mulheres prometida pelo sistema capitalista é uma farsa. Que liberdade as estudantes têm? Não se pode ir ao banheiro sozinha, não se pode ir ao Restaurante Universitário sozinha, não se pode fazer NADA sozinha.
Na sociedade capitalista são recorrentes os abusos, estupros, a violência contra a mulher. Esses são traços de uma sociedade dividida em classes, que possui em seus fundamentos a exploração e o machismo e que agora, em sua fase de decomposição, empurra a humanidade cada vez mais para a barbárie.
Existe um silêncio da reitoria na Universidade de Brasília, um silêncio dos professores e demais funcionários da universidade. Mas não aguentamos esse silêncio, não aguentaremos mais não nos sentirmos seguras. A universidade tem sido um espaço que, em vez de nos acolher e garantir nossa segurança, tem feito com que tenhamos medo. Mas não vamos nos calar! Exigimos que a reitoria tome todas as medidas necessárias para que ocorra uma investigação e todos os culpados sejam punidos. Exigimos iluminação e segurança dentro do campus em todos os horários.
Mas, como ficou claro, os casos de assédio em nossa universidade são recorrentes e para pôr fim a isso precisamos debater de forma urgente o caráter da segurança e da infraestrutura do campus. Exigimos o fim da privatização da segurança no campus, exigimos segurança para toda a comunidade acadêmica e não apenas um aparato que proteja os prédios e o material da universidade. Exigimos todo o investimento necessário para a infraestrutura do campus, com iluminação dentro dos prédios e também entre eles, nos caminhos externos.
Para conseguir realizar essas reivindicações, precisamos de total mobilização dos estudantes e suas organizações, como CAs e DCE, lutando dentro da UnB por respostas imediatas e nas ruas por todo o dinheiro necessário para a educação, para pôr abaixo o governo Bolsonaro, sua política de cortes, e realizar a luta por uma sociedade livre da opressão, da exploração e do machismo.