Massas na rua pelo Fora Temer. Varrer os podres poderes do capital!
Milhares de pessoas tomaram as ruas do país após a votação final do impeachment. Atos reivindicando o “Fora Temer” ocorreram em diversas cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Cuiabá, Curitiba, Joinville, Salvador, Distrito Federal, etc. A Liberdade e Luta esteve presente nas manifestações levando as bandeiras de Fora Temer e o Congresso Nacional, Assembleia Popular Nacional Constituinte e Por um Governo dos Trabalhadores.
Em São Paulo, o protesto do dia 4, último domingo, foi o maior do país. Saiu da Avenida Paulista ao som de “olê, olê, olê, olê… Fora Temer!” e de várias outras canções que transmitiam o mesmo recado ao “Mr. Fora Temer”, com direito a resposta ao comentário realizado pelo mesmo menosprezando o número de manifestantes, no grito “onde já se viu, só eram 40, são mais de cem mil”.
A manifestação foi massiva e com presença marcante da juventude. Expressou a disposição de luta de jovens e trabalhadores e a falta de apoio do governo. O ânimo se manteve alto da saída no MASP, na descida pela Avenida Rebouças, até o encerramento no Largo da Batata.
Já no fim da manifestação, por volta das 21 horas, quando os participantes se preparavam para ir embora, a Tropa de Choque da Polícia Militar bloqueou o acesso ao metrô, lançou bombas de gás lacrimogêneo e disparou tiros de bala de borracha nos que estavam próximos. O comandante da PM, Dimitrios Fyskatoris, alegou que eles foram atacados pelos manifestantes e que, de qualquer forma, a ação da polícia salvou vidas já que ninguém saiu ferido do ato. O comandante não deve ter visto os manifestantes que passaram mal por conta das bombas, o jornalista da BBC que foi agredido, nem as pessoas que estavam num ônibus que passava próximo ao local da manifestação e que precisaram ser socorridas após inalar gás jogado pela PM.
A PM reprime e mente, ou seja, cumpre bem o seu papel. Não há prova alguma que os manifestantes atacaram a polícia, pois não foi o que ocorreu. O protesto foi de luta e atitudes aventureiras eram coibidas pelos próprios manifestantes.
Apesar da brutalidade no final do ato, a repressão já havia começado antes do primeiro manifestante chegar na Paulista. Na sexta 5 jovens, e no domingo mais 21, foram abordados no Centro Cultural São Paulo (CCSP) e presos, 5 eram menores de idade. Alguns carregavam gazes, curativos, vinagre e máscaras. A PM implantou provas para acusá-los de black blocs e os levou para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC). Os jovens foram impossibilitados de ter qualquer contato com os pais e advogados até a madrugada de segunda-feira (5), e a PM impediu, inclusive, que os familiares fossem avisados da prisão.
Um ato foi realizado na segunda, em solidariedade aos jovens presos, e no final do dia a prisão foi considerada irregular e o flagrante que motivou a apreensão foi invalidado.
As ações da polícia foram um recado de Temer, articulado com os governos estaduais, para quem se manifesta ou pensa em participar de atos futuros. O atual governo precisa atender a demanda daqueles que o colocaram na presidência e a mensagem de Temer é clara, para tentar aprovar suas contrarreformas – ataque a previdência, direitos trabalhistas, cortes em educação, saúde e outros gastos públicos -utilizará a repressão para conter a resistência popular.
A verdade é que esse governo teme a todos nós e por isso tenta intimidar. Temer sabe que a música entoada nas manifestações, “ai… ai, ai, ai… se empurrar o Temer cai”, pode virar realidade. Vamos continuar nosso combate pelas bandeiras da juventude e da classe operária. Queremos o fim da Polícia Militar. Seguiremos nossa luta contra a Lei da Mordaça e por educação pública e gratuita para todos. O próximo período exigirá organização e audácia. Junte-se ao bloco da Liberdade e Luta!