Relato sobre a situação educacional em Goiás

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A Secretaria Municipal de Educação de Goiânia autorizou no dia 25 de Janeiro à volta as atividades escolares presencialmente em cerca de 80 escolas, com 30% de capacidade, outras escolas da rede pública retornam com as atividades online e o ensino remoto, nas escolas particulares, está autorizado o funcionamento das aulas presenciais, ficando a critério da instituição o modelo que irá adotar, como por exemplo, o Ensino Híbrido. A pandemia atinge níveis cada vez maiores, aproximadamente 10 Milhões de contaminados e mais de 250 mil vidas perdidas, diante esse caos, governos de vários Estados, cedendo à pressão da burguesia e de setores comerciais, retomam as aulas presenciais e semipresenciais, abrindo novas portas para a contaminação de estudantes e servidores de Ensino.

Em Manaus, os alertas das entidades de saúde e instituto de pesquisas alertam sobre o retorno das aulas presenciais mesmo com capacidade reduzida, a Prefeitura de Manaus ignorou os avisos e voltou com as atividades escolares presencialmente com 30% de ocupação das escolas; mesmo a taxa mantendo se baixa no período, houve grande parcela de alunos e professores testando positivo para a COVID-19, com prazo de 15 dias, cerca de 340 professores da rede pública do ensino médio estavam contaminados, resultando em 62 óbitos entre os infectados. O instituto FIOCRUZ e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) emitiram avisos por meio das notas:

“Ainda não é hora de uma volta às aulas presenciais no Brasil”. -Fiocruz

“O retorno às escolas em nível nacional pode contaminar mais de nove milhões de brasileiros do chamado grupo de risco”. -IBGE

A experiência fracassada de tentativa da volta às aulas na Capital do Amazonas é amplamente ignorada, por todos os Governadores e Prefeitos das demais cidades, mas não devido a um eventual lapso coletivo na mente dos demais servidores e órgãos públicos, e sim a capitulação diante das pressões da burguesia sobre a abertura do comércio, a retomada da economia e o afrouxamento das demais medidas, como já esperado, colocando o lucro acima das vidas dos demais trabalhadores, estes explorados com cada vez mais rigor perante a atual situação de crise sanitária Global.

Com os leitos de UTI de Goiânia com 90% de ocupação, não irá demorar até que a taxa de contaminação saía do nível estável e force outra parada brusca nas demais atividades, mas a lógica do capitalismo é essa, investimentos a longo prazos representam prejuízo para os capitalistas, à obtenção de riqueza em curto prazo de qualquer forma possível é a meta a ser batida. A pressão por trás da retomada das atividades escolares presencialmente, é uma tentativa, ainda discreta, de retomada das atividades comerciais, visto que boa parte dos que integram a classe trabalhadora precisa cuidar de seus filhos, com creches e escolas fechadas, a massa de trabalhadores é reduzida, ao mesmo tempo em que outros setores voltam a ganhar força devido aumento da quantidade de consumidores; este dilema ao qual os trabalhadores vêm sendo submetidos, salvar a economia e o bolso dos empresários ou salvar as vidas, claramente sabemos qual vem sendo escolhida.

Não é de hoje que a educação brasileira é sucateada e negligenciada, com a pandemia relevando as enormes lacunas e muralhas para com a educação pública no sistema vigente. A pesquisa feita pelo instituto de pesquisa Data Senado publicou o seguinte estudo:

“Para 63% dos pais de alunos que tiveram aula de forma remota por causa da pandemia, a qualidade do ensino diminuiu. Apenas 8% consideram que houve aumento da qualidade do ensino no período de isolamento.”

As atividades online e o ensino remoto são a alternativa mais segura e inteligente a respeito da conjuntura atual, garantindo condições adequadas de estudo e trabalho, além de condições dignas para manter a vida e suas necessidades! A defesa deve ser clara, o retorno das aulas presenciais apenas com toda a população vacinada, para isso, é crucial a organização de passeatas a fim de pressionar os governos contra a volta às aulas presenciais, os grupos estudantis pressionarem os órgãos de educação, os sindicatos de professores atuarem contra a retomada das atividades escolares presenciais, pelo direito a vida e uma educação digna!

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