MBL fracassa ao tentar desocupar escolas no Paraná
Movimentos sociais e organizações de esquerda impediram o Movimento Brasil Livre (MBL) de desocupar Colégio Estadual Professor Lysímaco Ferreira, na noite dessa quinta-feira (27/10).
Por volta das 21h de ontem, o MBL reuniu cerca de 50 pessoas em frente ao colégio Lysímaco para tenta desocupar a instituição. Esses manifestantes hostilizavam, ameaçavam e xingavam os estudantes. A polícia presente no local apenas observava, enquanto isso os contrários às ocupações arrombavam o portão ou pulavam o muro para entrar na escola. Desde o início era evidente a conivência entre os policiais e os membros do MBL.
Diante dessa situação, os estudantes solicitaram ajuda de outros movimentos para proteger os ocupantes. Apesar de a Justiça permitir a reintegração de posse das escolas de Curitiba no fim da tarde de ontem, nenhuma lei ampara esse tipo de atitude. Os policiais presentes não agiram para proteger a escola, mesmo com atos claros de vandalismo e de ameaça aos menores de idade. Até a Folha de São Paulo e outros jornais registraram a passividade da PM e as atitudes do MBL.
À medida que os manifestantes favoráveis aos estudantes chegavam ao local, eram hostilizados, revistados pela polícia ou escorraçados. Muitos tiveram que aguardar a chegada de maior número de manifestantes para poderem se aproximar e, então, formar um cordão de isolamento, impedindo o MBL de se aproximar. Foi nesse momento que a polícia agiu para retirar quem havia arrombado o portão ou pulado o muro. Ou seja, caso não houvesse uma ação conjunta das organizações de esquerda, os estudantes poderiam ter sido agredidos e a escola depredada.
Polícia para quem precisa
Estudantes e trabalhadores tiveram um exemplo prático de quais são os verdadeiros objetivos da existência da polícia militar: manter a ordem do sistema. As ocupações denunciam as ameaças contra a educação pública e a situação de descaso das escolas pelos governantes. Os trabalhadores e estudantes devem garantir a segurança, sem esperar a ajuda da polícia. Devemos nos organizar para garantir legitimidade aos nossos protestos e integridade aos manifestantes. Para isso, o movimento precisa objetivar atrair mais e mais estudantes para as atividades, de modo que em todos os lugares as ocupações adquiram caráter massivo.
Não podemos nos abalar pela violência de ontem. Os tempos de crise do atual sistema irá aprofundar a luta de classes. O governo Temer e Richa, representantes das elites, querem jogar as consequências das crises sobre os ombros dos trabalhadores e dos estudantes, não importa qual atitude precisem tomar para isso. Nada esperemos do estado, confiemos apenas em nossa organização.
MBL e as ações fascistas
Apesar de não ser uma organização fascista disciplinada e agir como um bando de bárbaros embriagados, a ação do MBL na noite de ontem foi claramente fascista. O movimento queria expulsar os estudantes de uma ocupação, agir por cima da lei — a qual eles dizem defender. Isso é o fascismo, um ataque a toda liberdade de manifestação, uma reação contra sindicatos e organizações dos trabalhadores. O fato de o MBL Curitiba utilizar uma imagem contra a APP-Sindicato no perfil de sua página na Rede Social, demonstra um aprofundamento da luta de classes. Os tempos podem ser difíceis, mas assim como impedimos a ação fascista na noite de ontem, precisamos impedi-los de avançar!